Juntar pessoas e organizações em torno de ideias e ações que façam do mundo um lugar mais justo, mais próspero e mais saudável para todos. Em quase 12 anos nesse caminho, temos ampliado nosso conhecimento, refinado nossa percepção e aprofundado nosso compromisso. Temos tido também a oportunidade de aprender e cocriar com parceiros que, como nós, acreditam que a transformação é possível.
As vivências de 2019 nos mostraram que, para avançar, é preciso sair de nossa zona de conforto e enfrentar o novo com coragem e ousadia. Mais do que nunca, percebemos a profunda complexidade dos desafios da sustentabilidade. Ao avançar no enfrentamento de uma determinada questão, sempre descobrimos outras, que requerem novos aprendizados, novas estratégias e esforços coordenados. Temos aprendido a trabalhar com flexibilidade sem deixar de perseguir resultados concretos e a transformar as dificuldades em insumo para a criatividade.
No Arapyaú, temos o privilégio de poder apostar em iniciativas de vanguarda, experimentar formatos e testar ideias. Essa liberdade tem gerado impactos positivos que reforçam nossa convicção nesse modo de operar. Em todas as áreas em que atuamos – no desenvolvimento territorial do sul da Bahia, nas mudanças climáticas e em cidades e territórios –, queremos ir além e descobrir as questões críticas, aqueles “pontos de acupuntura” a partir dos quais seja possível contribuir para mudanças sistêmicas e duradouras. As diversas parcerias que firmamos para o fortalecimento da cadeia produtiva do cacau no sul da Bahia, a quarta etapa do projeto MapBiomas e a criação do Fórum Inova Cidades são alguns exemplos do último ano dos quais nos orgulhamos.
Ter a atuação em rede em nosso DNA tem se revelado uma vantagem competitiva. Sempre soubemos que as soluções para o desenvolvimento sustentável só podem ser construídas a várias mãos. Assim, seguimos apostando na promoção do diálogo entre os diversos setores e em reunir pessoas e instituições que pensam de maneira diferente entre si. Consideramos essencial a presença dos gestores públicos nessa construção. Nosso propósito maior é criar instâncias suprapartidárias que, em razão de sua diversidade, sejam capazes de discutir grandes temas-chave e gerar novas ideias.
Para o futuro, continuaremos a apoiar iniciativas para o enfrentamento das mudanças climáticas, a redução das desigualdades e a promoção de um novo modelo econômico. Olhamos para a frente com grande senso de urgência, compartilhando com diversos atores da sociedade o desejo de avançar mais rapidamente na promoção de uma sociedade sustentável e resiliente. Há pouco mais de uma década, quando começamos, não sabíamos com total clareza qual seria o melhor jeito de avançar. Hoje sabemos que o caminho se renova a cada passo – e que o destino só faz sentido se chegarmos lá juntos.
Pedro Villares
Presidente do Conselho
Em 2018, nos dedicamos a traçar novas estratégias para abordar os desafios de sustentabilidade e, em 2019, conseguimos realizações palpáveis. Isso ocorreu em nossas várias frentes de atuação. A decisão tomada em 2018, por exemplo, de incentivar a inovação no Programa de Cidades e Territórios resultou na criação do Fórum Inova Cidades, em parceria com a Frente Nacional dos Prefeitos, cuja proposta é conectar dirigentes municipais em busca de soluções para os desafios das gestões. Também foi essa definição que viabilizou o início da Aliança pela Inovação e Sustentabilidade, que uniu atores interessados em financiar conjuntamente projetos nas cidades.
Foi tomada, também em 2018, a decisão de focar as ações nos eixos de educação pública, fortalecimento institucional e da cadeia do cacau dentro do Programa de Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia. Como resultado, no ano passado saiu do papel um programa de formação continuada de educadores, com a intenção de melhorar os índices de aprendizado. Resultados preliminares já mostram que houve melhoria de pelo menos 2% em todos os anos do ensino fundamental daquela região, nas disciplinas de língua portuguesa e matemática.
Além disso, o Arapyaú se tornou ainda mais reconhecido como importante articulador para a cadeia produtiva do cacau ao fortalecer um conjunto de ações no território da Bahia, que culminaram – entre outras coisas – na inclusão do Brasil na seleta lista de exportadores de cacau fino da Organização Internacional do Cacau (ICCO).
Também conseguimos ter uma atuação relevante com o Programa de Mudanças Climáticas. Ele foi fundamental para lidar com os desafios do ano em que a taxa de desmatamento na Amazônia deu um salto. Nesse contexto, seguimos fortalecidos em nossa parceria com o projeto MapBiomas, sistema de mapeamento da cobertura e uso do solo. As informações disponibilizadas pelo projeto nesse período orientaram a imprensa nacional, tornando-se uma fonte de verificação das informações. Outro apoio que se mostrou essencial foi o dado à Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura. Isso porque ela foi fundamental para um diálogo qualificado em torno da legislação ambiental brasileira, mantendo-se como articulação insubstituível no país entre o setor produtivo, academia e sociedade civil.
O lançamento da Amazônia Possível, no auge da crise das queimadas, demonstrou que, apesar de o Arapyaú ter uma agenda estratégica predefinida, dispõe também da capacidade de responder prontamente às demandas não previstas.
Em 2020, o Arapyaú trabalhará para amplificar os resultados já obtidos. Vamos priorizar a estratégia de atuação e ficar sempre abertos às demandas ou oportunidades imprevistas, com coerência de objetivos e flexibilidade de ação.
O mapeamento da cobertura e uso do solo, fortalecido pelo apoio do Arapyaú, manteve seu importante papel na geração de dados sobre as transformações do território brasileiro, especialmente na Amazônia. O sistema detectou, por exemplo, que 95% dos desmatamentos registrados na região no ano passado foram ilegais. Esses dados foram usados por diversos atores, incluindo o governo federal, para nortear discussões e influenciar ações específicas como cooperação com órgãos oficiais.
Foram iniciadas capacitações com diversos representantes de Secretarias Estaduais e do Ministério Público Federal em diferentes estados no Brasil para a utilização dos dados do projeto. Isso permite gerar ações de prevenção e combate ao desmatamento ilegal no Brasil. Também já está em construção um módulo para automatizar a coleta de dados de ações de governos estaduais, Ibama e Ministério Público, que deve entrar em operação em 2020.
Tasso Azevedo,
coordenador-geral do MapBiomas
Entre as principais entregas desse projeto em 2019 destacamos:
Lançamento de mapas anuais atualizados de cobertura e uso do solo no Brasil entre 1985 e 2018, além de dados inéditos de desmatamento e regeneração para todos os biomas brasileiros.
Lançamento do sistema MapBiomas Alerta, com alertas de desmatamento validados e laudos completos para todos os biomas brasileiros. Ao todo, 17.937 alertas foram validados, o que equivale a quase 20 vezes o que foi produzido pelo Ibama em 2018.
Início da expansão do MapBiomas para outros lugares do mundo, como Caribe e África, além de países como Indonésia e Uruguai.
Diante de uma sensível agenda em torno do meio ambiente, em 2019, a Coalizão Brasil teve papel essencial no processo de construção de diálogo com o novo governo. Chegamos a dezembro com mais de 30 reuniões com ministérios e parlamentares, sempre com a proposta de articular os setores do agronegócio e ambiental em busca de uma agenda de desenvolvimento sustentável.
Tivemos uma intensa atuação do movimento em defesa do Código Florestal no contexto da MP 884, que resultou, entre outras coisas, na criação de uma subcomissão agroambiental, vinculada à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados. Essa atuação foi fundamental para evitar o desmonte da legislação ambiental brasileira.
A articulação pela MP foi mais um passo em defesa do Código Florestal, iniciada este ano pela Coalizão, representando o consenso de seus membros de que a implementação do Código é o primeiro e importante passo para viabilizar a conservação ambiental e fortalecer a produção agropecuária.
Também foi feito um importante trabalho de acompanhamento do projeto de lei sobre o pagamento por serviços ambientais, que em 2019 começou a avançar no Congresso. Nesse momento decisivo, a Coalizão deu o seu apoio com subsídios técnicos e promoveu o diálogo entre os parlamentares e os diferentes atores envolvidos.
André Guimarães,
Cofacilitador da Coalizão
Entre algumas das ações relevantes conduzidas pelo movimento ainda estão:
Na Costa do Cacau há uma intensa ação de organizações para fortalecer a cadeia produtiva do cacau. São instituições que atuam com tecnologia, geração de conhecimento para melhorar a produção e conservação do meio ambiente, além da formação das comunidades locais, inclusive com o fomento de crédito financeiro. Dedicado a esse território há mais de dez anos, nosso instituto tem atuado para fomentar redes, influenciar políticas públicas e gerar conhecimento.
VIABILIDADE DA CABRUCA
No intuito de apoiar agricultores pequenos, médios e familiares no cultivo do cacau cabruca, que é a produção desse ativo com espécies nativas da Mata Atlântica, com mais retorno financeiro, investimos na produção de conhecimento. Em 2019, entregamos dois estudos: viabilidade econômica da cabruca e modelagens de Sistema Agroflorestal (SAF) com Cacau.
O primeiro mostrou que o sistema cabruca é viável com manejo adequado e renovação das plantas. No entanto a dependência do cacau commodity torna-o sensível porque só é viável atingindo alta produtividade. Para contornar esse cenário, é necessário que haja diversificação da produção, seja pelo mercado de qualidade, certificações ou até mesmo na possibilidade de pagamentos por serviços ambientais, pensando nos benefícios ecossistêmicos que a cabruca traz, como a conservação da Mata Atlântica.
Em paralelo, o segundo levantamento apontou que a produção de cacau pode ser praticada de outras formas sustentáveis, como pelo modelo SAF, usando áreas degradadas da região. Esse sistema propõe a diversificação de cultivo, o que mitiga riscos e incrementa a receita. Nesse trabalho identificamos e validamos duas modelagens de produção possíveis de implementação, que serão testadas no próximo ano em parceria com empresas, governo e produtores.
Os estudos foram construídos e validados por diversos atores da cadeia do cacau, como técnicos, acadêmicos, empresas chocolateiras e moageiras, representantes do setor público, investidores e produtores de cacau.
MAPBIOMAS CACAU
O Arapyaú participou da construção de um grande mapa de identificação e distribuição da cabruca nos municípios do sul do estado baiano, criando um marco zero de monitoramento dessas áreas, que deve ficar pronto no segundo semestre de 2020. A partir desses dados será possível identificar cabrucas nativas (com Mata Atlântica original) e exóticas (com florestas que surgiram após um período de desmatamento na região), áreas de pastagem e degradadas, e florestas. E, com isso, contribuir com a expansão da cacauicultura de forma sustentável.
CACAU DE QUALIDADE
A produção do cacau de qualidade é uma grande oportunidade para os produtores da região, pois gera maior renda e garante a viabilidade econômica do sistema cabruca. Esse tem sido o foco de nossa atuação para ampliar a oferta e a demanda, bem como criar padrões de qualidade e influenciar políticas públicas. A seguir conheça algumas iniciativas
CENTRO DE INOVAÇÃO DO CACAU (CIC)
O CIC é um laboratório com tecnologia de ponta que realiza análises físicas, químicas e sensoriais da amêndoa do cacau e fornece capacitação e consultoria para produtores, pequenos fabricantes de chocolates e indústria moageira.
Entre as principais realizações do CIC em 2019 estão:
A inclusão do Brasil na seleta lista de exportadores de cacau fino da Organização Internacional do Cacau (ICCO);
SELO IG – INDICAÇÃO GEOGRÁFICA
Em parceria e união de esforços entre CIC e IG, foi criado um sistema de rastreabilidade com QR Code desenvolvido especificamente para o cacau do sul da Bahia. Com ele, os compradores de amêndoas de cacau conseguem ter acesso às análises feitas pelo CIC, além de certificar a origem georreferenciada dos produtos.
Outro passo importante dado pelo IG foi o fechamento do convênio com o governo da Bahia, via Secretaria de Desenvolvimento Rural/CAR, para a execução do projeto Alianças Produtivas. Abrangendo em torno de 300 agricultores familiares, com produção de cerca de 150 toneladas/ano, a proposta oferece apoio às associações e cooperativas, tendo – entre outras coisas – foco na relação comercial delas com compradores do setor privado.
CONSÓRCIO DE PRODUTORES
O Consórcio CBE – Cacau Bahia Especial –, que contou com nosso apoio para sua formação em 2018, reúne médios e grandes cacauicultores com a missão de aumentar a reputação do cacau baiano e qualificar o modelo de negócio da região.
Hoje, dez produtores fazem parte dessa rede e a expectativa é que ela acesse novos mercados de qualidade, no âmbito nacional e internacional, e também sirva de incentivo para que outros produtores se unam com o mesmo propósito.
Os principais resultados em 2019:
O Centro de Inovação e o Selo de Indicação Geográfica nos ajudaram a chegar ao padrão de qualidade que temos hoje. Eles são nossos grandes parceiros para fortalecer a cadeia do cacau aqui no sul da Bahia. Nós tentávamos apenas sobreviver da terra, mas agora temos a capacidade de pensar esse assentamento da cancela para fora e aumentar também a renda das nossas famílias.”
Rubens Dário,
Representante do Assentamento Dois Riachões, primeiro empreendimento da agricultura familiar a receber o Selo de Indicação Geográfica no sul da Bahia e também a obter financiamento da Tabôa.
Esse ano iniciamos a etapa de formação dos profissionais da educação dos municípios de Una e Uruçuca com o objetivo de melhorar o aprendizado dos estudantes.
Formação dos profissionais da rede de educação
Como parte deste processo, realizamos em 2019 cinco encontros de formação em melhores práticas pedagógicas, com cada um dos públicos de educação: equipes de secretaria, gestores escolares, professores da educação infantil e ensino fundamental. Para medir o efeito deste trabalho e seu reflexo em sala de aula, uma rodada de avaliação com os alunos foi feita no final do ano, mostrando que houve
Nova Escola
Um importante marco desse projeto em 2019 foi o início da construção do Centro Integrado de Educação Integral, de Serra Grande. Com o financiamento do governo federal via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Ministério da Educação (MEC), as obras correram em ritmo acelerado e a previsão é que o lançamento aconteça em 2020.
Em paralelo, nosso instituto seguiu no apoio à Secretaria de Educação de Uruçuca com a atualização do projeto pedagógico a ser implementado pelo Centro Integrado. Para isso, um grupo de referência multidisciplinar – com representantes das duas escolas, pais de estudantes e a comunidade – foi criado para a elaboração conjunta do Projeto Político Pedagógico, que já teve sua primeira versão entregue. Entre as premissas, a proposta considera a cultura local como parte do programa de aprendizagem.
Outra frente também foi organizada para estreitar os laços da comunidade com a prefeitura. Ao todo foram realizados nove encontros abertos com a proposta de dividir a atualização e o andamento da obra, esclarecimento sobre papéis e responsabilidades de todos os envolvidos e abertura para discussões.
Duas frentes importantes se destacaram nesse período: uma de equilíbrio fiscal e a outra de estruturação da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR). Ambas têm em comum o objetivo de avançar no desenvolvimento territorial em parceria com a gestão pública.
Equilíbrio Fiscal
Em parceria com a GOVE, organização que atua em projetos de apoio à eficiência nos governos municipais, foi possível implementar ações de melhoria no equilíbrio fiscal em quatro municípios: Canavieiras, Itacaré, Una e Uruçuca. Ao todo, o projeto conseguiu contabilizar um impacto de R$ 8,2 milhões, entre redução de despesas municipais e aumento das receitas. Desse total, 65% já foram captados pelas prefeituras e o restante deve ser arrecadado até o fim de 2020.
Esse recurso pode ser reinvestido em melhoria de serviços para a população e garantir o desenvolvimento local. Em Una, por exemplo, várias transformações foram possíveis, como acréscimo de uma nova rota de transporte escolar, calçamento de vias urbanas, construção e reforma de praças e urbanização de áreas carentes. Ao longo do ano, foram realizadas oficinas com outras cidades do sul da Bahia para trocar essas experiências.
Uma frente exclusiva voltada para a área da Educação nas quatro cidades também ganhou força. Em um trabalho realizado com as Secretarias de Educação, a ação conseguiu uma diminuição de despesas e oportunidades de arrecadação de mais de R$ 2 milhões.
2,3 milhões
Agência de Desenvolvimento Regional (ADR)
Esse foi o ano de consolidar a ADR, fomentada pelo Instituto Arapyaú e parceiros regionais, como o Sebrae. A iniciativa conecta diversos atores de municípios da Costa do Cacau na promoção e implementação de um plano de desenvolvimento regional. Ajudamos a customizar esse modelo e também a fazer um mapeamento das forças políticas e institucionais a fim de traçar estratégias para engajar o público no projeto.
A agência entra como um componente que dinamiza, agrega atores, mobiliza e fomenta diálogos para que ações sejam desenvolvidas com interesse no desenvolvimento sustentável da região.”
Adélia Pinheiro,
Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia
A ADR atua em quatro eixos:
Além disso, colaboramos com a integração da Agência com o Parque Científico Tecnológico, a fim de constituir uma governança forte e representativa, que possa apoiar o desenvolvimento e a execução de projetos visando à melhoria de vida da população.
Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia
O Arapyaú tem apoiado e fortalecido a atuação da fundação comunitária Tabôa, que oferece crédito e formação a pequenos empreendedores, incubação de novos negócios e apoio a projetos socioambientais escolhidos pela comunidade. No âmbito rural, a ONG tem se destacado pela oferta de crédito atrelado a assistência técnica rural para produtores de cacau com resultados significativos no aumento de renda das famílias.
Iniciamos a implementação do projeto-piloto de Soluções Inovadoras para Cidades Sustentáveis em cinco municípios de três regiões do país: Caruaru (PE), Aracaju (SE), Una (BA), Cachoeiro de Itapemirim (ES) e Blumenau (SC).
O trabalho em 2019 foi entender como é o processo de inovação dentro da gestão pública dessas cidades e identificar os principais desafios a ser enfrentados. Em seguida, reunimos esforços para implementar núcleos de inovação dentro das prefeituras e estruturamos programas capazes de encontrar as soluções necessárias.
A criação de núcleos de inovação, a partir de experiências internacionais, deve ser alinhada ao contexto local, considerando as prioridades dos cidadãos e dos gestores do território. Para tanto, cada cidade define sua estrutura organizacional de acordo com seus desafios.
No mapa, os principais desafios dos cinco
municípios do projeto e as estratégias para superá-los.
1. CARUARU/PE
Desafios
Educação: Abrir vagas em creches. Diminuir a evasão e reprovação nas escolas.
Saúde: Acompanhar indicadores de pré-natal. Diminuir filas de espera.
Soluções propostas
Educação: Multirões e testes do sistema para o período de matrículas, priorização do serviço para as crianças vulneráveis. Uso de ferramenta de controle de frequência nas escolas, alinhamento e plano de ação para todos os envolvidos.
Saúde: Centralização dia Secretaria Municipal de Saúde de análises e acompanhamento dos indicadores de pré-natal por Unidade Básica de Saúde. Estudo das principais causas de faltas e dos principais gargalos da fila de espera de exames e consultas.
2. ARACAJU/SE
Desafios
Educação: Diminuir índices de reprovação nas escolas.
Saúde: Melhorar atendimento pré- natal.
Soluções propostas
Educação: Capacitação de profissionais das escolas para acompanhamento e elaboração de planilhas de controle da frequência dos estudantes. Ações de planejamento e acompanhamento nas escolas com mais reprovações, incentivando grupo escolar e alunos a reduzir o absenteísmo.
Saúde: Organização de painéis de acompanhamento do pré-natal a partir do prontuário eletrônico, antecipando a primeira consulta de pré-natal e ordenando a sequência do acompanhamento até o nascimento.
3. UNA/BA
Desafios
Desenvolvimento econômico: Diagnosticar e capacitar as pastas de Agricultura, Meio Ambiente
e Turismo para fomentar o desenvolvimento econômico do município.
Soluções propostas
Estruturação e levantamento de hipóteses dentro das áreas de diagnóstico, trazendo os desafios da jornada do produtor rural e identificando os gargalos que podem ser solucionados pela prefeitura.
4. CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES
Desafios
Educação: Aumentar a presença dos professores em sala de aula e a qualidade do ensino.
Saúde: Reduzir a incidência de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) por meio da prevenção com hipertensos e diabéticos.
Soluções propostas
Educação: Análise e definição de critérios para a falta dos professores, propondo alterações e incentivos para ampliar a presença docente.
Saúde: Ampliação das formas de identificação de pacientes hipertensos e diabéticos por meio do trabalho das Equipes de Saúde da Família e análise de dados pela Secretaria de Saúde para atuar na prevenção.
5. BLUMENAU/SC
Desafios
Educação: Expandir o ensino bilíngue na rede pública municipal.
Saúde: Combater a mortalidade por causas evitáveis. Melhorar
o atendimento intersetorial à população de rua.
Soluções propostas
Educação: Diagnóstico e aprofundamento sobre o tema na gestão com foco na contratação de professores e avaliação institucional e de aprendizagem.
Saúde: Melhoria da comunicação com os pacientes. Oficina de escuta com equipes intersetoriais para identificar as oportunidades de melhorar o atendimento à população de rua.
A tecnologia tem sido uma ferramenta que possibilita à humanidade se desenvolver e ter melhores resultados. Esse avanço inovador precisa também vir para a gestão pública, que tem ficado sempre um passo atrás. E é esse passo adiante que quisemos dar na prefeitura de Aracaju, melhorando nossos processos e os resultados que entregamos para a sociedade.”
Edvaldo Nogueira,
Prefeito de Aracaju, cidade que criou uma Assessoria de Inovação ligada a seu gabinete com o papel de desenvolver projetos em várias áreas da administração municipal
Em parceria com a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), criamos o Fórum Inova Cidades, que conecta dirigentes municipais em busca de soluções inovadoras para os desafios das gestões. Essa ação é inédita e fundamental para a discussão de inovação na esfera municipal.
Com o intuito de engajar a comunidade de secretários municipais, lançamos o site do Fórum, demos início a um plano de comunicação e criamos uma série de webinars para discutir políticas públicas de inovação que estejam na pauta das cidades-membros do grupo.
O Fórum ainda esteve presente nos principais eventos nacionais de inovação do país, iniciando diálogo com vários atores do Governo Federal. Como resultado, recebeu convite para integrar a Câmara de Cidades Inteligentes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e participou da Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, consolidando-se como representante dos interesses municipais na agenda de inovação junto ao Governo Federal. As ações têm continuidade em 2020 a fim de que o Fórum siga sendo um espaço estratégico de articulação para novos mandatos que serão iniciados em 2021.
A Aliança entre Fundação Brava, Instituto Humanize e Arapyaú foi formalizada em setembro de 2019, firmando um protocolo de intenções para fortalecer a agenda de inovação e sustentabilidade das cidades, financiando projetos em conjunto. De forma pioneira, nós nos tornamos um espaço de aprendizado contínuo e já recebemos manifestações de instituições parceiras com alianças de investimentos interessadas em seguir nosso modelo.
A expectativa é que a Aliança cresça em 2020, aumentando em mais de três vezes os investimentos realizados em 2019 e concretizando essa agenda em projetos que efetivamente cheguem até a população.
Cidades e Territórios
O Programa Cidades Sustentáveis fechou o ano com 212 municípios signatários, que juntos somam 61 milhões de pessoas, aproximadamente um terço da população brasileira que vive nas cidades. São prefeituras que assumiram o compromisso de atuar em prol do desenvolvimento sustentável e deram o primeiro passo para as transformações que os cidadãos precisam.
Em 2019, 59 municípios aprovaram a Lei das Metas, que exige que os gestores entreguem planos de gestão a fim de mostrar como estavam as cidades antes de assumirem e como elas ficaram ao fim dos quatro anos de mandato. Isso melhora a governança municipal, aumentando a transparência das gestões e dando mais clareza à sociedade dos resultados obtidos.
“As entregas do programa formam um ciclo. Primeiro o conhecimento é produzido por meio dos indicadores, depois a gestão pública é mobilizada. O programa é um grande mobilizador de políticas públicas e da sociedade civil e isso é a chave para qualquer transformação que a gente queira ter em escala.” Jorge Abrahão, coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis
Atualmente, a rede de membros é composta de 676 lideranças, pertencentes a 29 partidos e de todos os estados da federação. Destes, 176 membros estão em exercício de mandato em municípios, estados e no Congresso Nacional:
• 2 governadores;
• 7 senadores(as);
• 33 deputados(as) federais;
• 2 deputados(as) distritais;
• 40 deputados(as) estaduais;
• 17 prefeitos;
• 5 vice-prefeitos(as);
• 70 vereadores(as).
O Programa Líderes RAPS é a principal porta de entrada para a RAPS e tem como propósito o desenvolvimento de lideranças políticas, independentemente do estágio em que se encontram na vida pública e no processo eleitoral. Nas últimas edições, houve crescimento expressivo no número de inscritos no processo seletivo – um indicador de consolidação e relevância da rede:
• Saltou de pouco mais de 1 mil, em 2017, para cerca de 3 mil, em 2018, e mais de 7 mil na última seleção, no fim de 2019. Por causa da alta procura e do pleito eleitoral municipal de 2020, pela primeira vez foram realizados dois processos seletivos no mesmo ano (2019), o que totalizou mais de 10 mil inscritos e 162 novos líderes na rede, colaborando para aumentar ainda mais a diversidade de perfis e ideias.
Pela primeira vez, a RAPS realizou encontros temáticos para disseminação da agenda da sustentabilidade voltados, exclusivamente, aos líderes com mandatos em Brasília, que hoje representam 7% do Congresso Nacional. Além disso, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), a rede participou da COP 25 com uma delegação de seis líderes RAPS. Também divulgou o Manifesto Pluripartidário pela Agenda Climática, no qual 50 líderes, de 14 partidos, colocam a agenda do clima como prioridade no país.
O ano de 2019 foi um ano de muito crescimento para o Em Movimento, rede de organizações que atuam dando suporte às juventudes para que possam mudar o mundo e fazer com que cada vez mais jovens se engajem, se desenvolvam e tenham acesso às oportunidades oferecidas pelo campo social. Fortalecemos o projeto e tivemos grandes conquistas, entre elas:
• Desenvolvimento e lançamento de um novo site para o Em Movimento a fim de dar publicidade às ações e estabelecer canal direto de comunicação com os jovens de todo o país.
• Conclusão da primeira fase do Atlas da Juventude, uma pesquisa quantitativa sobre a juventude brasileira. Realizado em parceria com a FGV-Social, o levantamento descreve as principais características dos mais de 50 milhões de jovens de 15 a 29 anos no Brasil, maior contingente da história.
• Fortalecimento da governança da rede, com a entrada do Grupo +Unidos (um fundo colaborativo de empresas americanas que atuam no Brasil) em seu núcleo gestor com o objetivo de aumentar a relevância do movimento e sua relação com o meio privado.
Detalhamento das competências do Instituto Arapyaú e implementação de processos para o plano de desenvolvimento individual (PDI), com avaliação de performance, programa de treinamentos e gratificação para os colaboradores.
Execução de processo para avaliação de fornecedores. Com base nele, foi possível gerar um relatório gerencial de análise, o que tem melhorado a qualidade das contratações.
Estruturação da área de gestão do conhecimento para melhor incidir politicamente na defesa e argumentação a favor das causas em que o instituto trabalha e na atuação estratégica de apoio aos programas.
Pela primeira vez, foi feita uma avaliação externa de resultados. A Associação Tabôa, que ajudamos a criar no sul da Bahia, foi o projeto avaliado. Para isso, um método que uniu informações qualitativas e quantitativas foi utilizado e os resultados, bastante positivos, foram base para a definição de estratégias futuras de atuação.
Implementação de um sistema de gestão de conhecimento e projetos, que deu mais dinamicidade, praticidade e eficiência aos processos internos.
Lançamento de um novo site, com mais recursos e um design inovador, para facilitar a navegação e divulgar nossos projetos e ações de forma mais eficiente.
Revisão da identidade e posicionamento institucional, o que influenciou positivamente o modo como o Arapyaú pensa e executa sua exposição externa.
24,4 milhões
Foi o que a Arapyaú investiu em 2019 em iniciativas voltadas à promoção do desenvolvimento sustentável no Brasil.
Para 2020, o aporte total de recursos orçado é de R$22,4 milhões.
Distribuição dos recursos por programa em %:
Trabalhar em rede e mobilizar recursos para ampliar impacto sempre foi uma de nossas prioridades. Por este motivo, em 2019 passamos a monitorar nosso índice de coinvestimento. Tivemos o resultado bastante positivo de aproximadamente 2 reais em coinvestimentos, ou seja, a cada 1 real investido pelo Arapyaú são mobilizados 1,98 reais de outros parceiros (recursos públicos e privados).
São coinvestidos
Instituto Arapyaú
CORDENAÇÃO
Thais Ferraz
Sabrina Fernandes
TEXTO
Angélica Queiroz
Thaisa Pimpão
EDIÇÃO E REVISÃO
Alexandre Mansur
Cássia Christe
PROJETO GRÁFICO
Bruna Foltran
DESENVOLVIMENTO
Geiber Dias
Raincake