“O carimbó é a floresta em pé.” A expressão popular em algumas comunidades da Amazônia define bem uma música que canta os animais, os rios e a floresta. O ritmo é um dos protagonistas do curta-metragem “Tons da Amazônia”, produzido pelo Arapyaú, que ouviu os sons e as vozes de diversos artistas do território.
Com suas batidas envolventes e suas raízes profundas, o carimbó, o maracatu, a lambada e outros ritmos são um exemplo vivo de como a cultura pode ser uma força poderosa para unir pessoas, preservar tradições e inspirar novas formas de viver em harmonia com a natureza. “A música é, obrigatoriamente, a defesa da Amazônia”, afirma Déia Palheta, diretora musical do grupo de teatro musical Pássaro Ararajuba, em Belém (PA), uma manifestação artística e de educação ambiental.
“A floresta precisa ser vista com mais responsabilidade. A música tem esse papel de manter a Amazônia viva”, acrescenta Manoel Cordeiro, músico, compositor e produtor. Ele ressalta que essa expressão artística permite colocar os povos da floresta como protagonistas da sua própria história.
O mesmo acontece no bioma onde a história do Brasil começou, a Mata Atlântica, com florestas, gentes e uma sonoridade cheia de vida, fazendo ponte com outros territórios, em especial, a Amazônia, como mostra o curta “Da Mata Atlântica para o Mundo”, também do Arapyaú. É lá que Seu Matuto, brincante de Serra Grande (BA), adentra a natureza cantando as músicas de caboclo e onde Seu Lito, da mesma cidade, mantém viva a tradição das quadrilhas.
“Eu quero ser luz acesa e para sempre vou brilhar”, canta Dona Val, cantora e compositora de Salobrinho (BA). Ela, que viveu por anos em uma fazenda de cacau, aprendeu as músicas que os trabalhadores entoavam para amenizar o fardo da lida. São “músicas de roça, de lavadeira”, como ela mesma define, e que hoje chegam a mais ouvidos graças à banda Mulheres em Domínio Público, de Ilhéus (BA).
Do boi-bumbá ao samba de roda, do xote ao tecnobrega, os ritmos das florestas são expressões culturais que misturam elementos das tradições indígenas, africanas e europeias, uma riqueza cultural que espelha a própria biodiversidade da Mata Atlântica e da Amazônia.
Junto com “Entre Florestas”, divulgado em dezembro, os dois curtas audiovisuais integram a série de três mini documentários que celebram a riqueza de cada território, com suas particularidades e semelhanças, em um colorido e diverso intercâmbio cultural que reforça a profunda relação entre os dois biomas, suas gentes e todos nós.
Lançamento do Relatório de Atividades 2024 do Instituto Arapyaú. Crédito: Divulgação Em um mundo que…
Exibição do mini-documentário “Tons da Amazônia” no Sesc Ver-o-Peso, em Belém (PA). Crédito: Divulgação “Amazônia…
II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza. Crédito: Divulgação Debater modelos financeiros e políticas…
Roberto Waack, Renata Piazzon, Julia Dias Leite e Izabella Teixeira estiveram ao lado de André…
Cooperação vai ao encontro da meta nacional de restaurar 12 milhões de hectares de matas…
Parceria pretende beneficiar diretamente 360 famílias produtoras de cacau do sul-baiano. Crédito: acervo. O Projeto…