“Esse projeto é antes de tudo um chamado para a cooperação”, disse o biólogo e pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Adalberto Luis Val, em um webinar promovido pelo Grupo de Pesquisa Amazônia em Transformação do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, em julho. Ele se referia à criação de um Instituto de Tecnologia da Amazônia (AmIT), que é parte de um conjunto de propostas do IEA e do programa Terceira via Amazônica – Amazônia 4.0.
Ao lado de Carlos Nobre, pesquisador colaborador do IEA, e da especialista em programas ambientais Maritta Koch-Weser, coordenadora do Amazônia em Transformação, o biólogo conduziu um pré-estudo de viabilidade do AmIT, que foi apresentado no webinar. O projeto é apoiado pelo Instituto Arapyaú e tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia, por meio de ciência e tecnologia direcionadas à inovação e combinadas aos conhecimentos tradicionais.
“Nós estamos buscando o caminho das soluções”, defendeu Nobre, ressaltando a importância de se ter um espaço no território Pan-Amazônico voltado à ciência avançada e inovações tecnológicas para a promoção de respostas aos problemas complexos da região. Em sua fala, Renata Piazzon, diretora do Arapyaú, comentou sobre a necessidade de que essas soluções passem por uma agenda integrada de desenvolvimento, que considere a riqueza socioambiental e cultural da Amazônia. “A gente vem falando muito — como Arapyaú e como Uma Concertação pela Amazônia — que a agenda social e ambiental são indissociáveis e isso ficou muito claro no estudo”.
Renata também apontou como positiva a conexão feita pelo pré-estudo entre os problemas básicos dos povos da floresta e da população urbana na região — relacionados à saúde, à educação, à segurança alimentar, à violência, entre outros — e as tecnologias de ponta da chamada indústria 4.0. Segundo ela, são mundos que coexistem e precisam se relacionar. Ela destacou a premissa do AmIT de uma governança plural, com a previsão de um conselho amplo, que deve incluir representantes da academia, da sociedade civil e da iniciativa privada — o que conversa diretamente com a forma de atuação do Arapyaú.
Assista à apresentação do pré-estudo de viabilidade do Instituto de Tecnologia da Amazônia.
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