O Instituto Arapyaú foi convidado a integrar o Conselho Consultivo do Planetary Guardians, ou Guardiões do Planeta – coletivo internacional que reúne líderes mundiais, personalidades e ativistas climáticos, comprometidos em garantir um futuro seguro e sustentável para as pessoas e para o planeta.
Junto com o convite ao instituto veio um pronunciamento importante para o Brasil: os Guardiões Planetários anunciaram durante encontro com a imprensa brasileira o cientista e Prêmio Nobel Carlos Nobre como o mais novo membro do coletivo.
Ao lado de Nobre e do cientista sueco conhecido por seu trabalho sobre sustentabilidade global, Johan Rockström, o Arapyaú é a primeira instituição brasileira a fazer parte do conselho consultivo da iniciativa e terá o objetivo de identificar as principais iniciativas científicas brasileiras que visam diminuir os impactos da humanidade no meio ambiente global.
“Para nós, esse convite veio como um reconhecimento da missão que o instituto vem cumprindo nos últimos 16 anos: de contribuir para o desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono no Brasil”, afirmou Renata Piazzon, diretora geral do Arapyaú. “Indiscutivelmente, os recentes eventos no Rio Grande do Sul destacaram a importância de uma abordagem sistemática e interconectada para nossa existência na Terra. Estamos convencidos de que o quadro das Fronteiras Planetárias pode servir como essa ferramenta poderosa para regular a saúde do nosso planeta”.
Elaborado em 2009 por um grupo de cientistas liderado por Rockström, co-criador da iniciativa Planetary Guardians, o quadro Fronteiras Planetárias identifica limites para os impactos da humanidade no ambiente global e até onde o desenvolvimento humano pode chegar sem afetar de forma irreversível a capacidade regenerativa da Terra. De acordo com o empresário Richard Branson, um dos criadores do Guardians, o principal objetivo do grupo é medir as nove principais fronteiras planetárias todos os anos, entendendo o status das mudanças climáticas, das espécies em desaparecimento e como garantir que essas questões sejam resolvidas. Hoje, seis dos nove Limites Planetários que regulam a saúde do nosso planeta foram ultrapassados.
“A Floresta Amazônica é o coração biológico do planeta, com pelo menos 13% da biodiversidade mundial. Aproximadamente 28 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira, incluindo muitos Povos Indígenas, afrodescendentes e comunidades ribeirinhas que preservam a floresta há centenas de anos. Investir nessas pessoas e garantir que possam proteger a floresta amazônica é um dos melhores investimentos que podemos fazer para preservar nosso sistema de suporte de vida partilhado”, defendeu Carlos Nobre.
No evento, que ocorreu em São Paulo para os anúncios, houve ainda com uma homenagem ao trabalho de cientistas indígenas como Braulina Baniwa, ativista pelos direitos das mulheres indígenas e mestranda em Antropologia Social na Universidade de Brasília; Francisco Apurinã, que trabalha com a Universidade de Helsinki pesquisando mudanças ecológicas em uma perspectiva indígena; Sineia Bezerra do Vale, gestora ambiental da Terra Indígena Serra da Lua, autoridade do clima no Brasil, indicada para co-presidente do Fórum Internacional de Povos Indígenas para o Clima, e autora de “Amazad Pana’Adinham: Perspectiva Indígena sobre Mudança Climática em Serra da Lua”, a primeira publicação indígena brasileira sobre mudança climática; e Cristiane Gomes Julião, PhD em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ, focando em direitos humanos, Povos Indígenas e meio ambiente.
Encontro
Aproveitando a presença do grupo no Brasil, o Arapyaú promoveu um encontro dos representantes dos Guardiões Planetários – como a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson e o ex-presidente colombiano e Nobel da Paz Juan Manuel Santos – com jovens ativistas e líderes climáticos do país, propiciando um diálogo sobre desafios, oportunidades e perspectivas para o ativismo ambiental no nosso país.
Entre os convidados, estavam Ana Heloisa Alves, estudante de Direito na USP e liderança jovem da ONU Mulheres; Rafis Martins, diretor do Instituto Perifa Sustentável e membro do Global Shapers, rede de lideranças do Fórum Econômico Mundial, e Paulo Galvão, coordenador do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas na Organização de Jovens Engajamundo.
Para Branson, trata-se de mais um ensejo para criar redes de ação em defesa do planeta. “Essa necessidade nunca foi tão urgente. Nosso planeta, o único lar que temos, está em mau estado. Apesar disso, há esperança. O gênio da ciência dos Limites Planetários (referindo-se ao Johan Rockström) alerta sobre os riscos e oferece um roteiro para permanecer dentro dos limites do nosso planeta. Trabalhando juntos, podemos tornar a Terra um lugar melhor para nossos filhos e netos.”
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