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Arapyaú e Ibá se unem para impulsionar o setor de restauração florestal no Brasil

Cooperação vai ao encontro da meta nacional de restaurar 12 milhões de hectares de matas nativas. Crédito: Shutterstock.

Com um território equivalente ao tamanho da França em terras abandonadas na Amazônia, o Brasil tem um elevado potencial de produção de florestas, sendo uma das maiores referências globais na ciência da restauração florestal, além de uma das áreas prioritárias para restauração ecológica no mundo. Para alavancar essa atividade, que pode gerar mais de 2,5 milhões de empregos, o Instituto Arapyaú e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) assinaram termo de cooperação para desenvolver projetos que vão ao encontro da meta do governo brasileiro de restaurar 12 milhões de hectares de matas nativas.

A parceria tem três objetivos principais: mobilizar o setor privado pela construção de mercados de carbono e de produtos madeireiros e não madeireiros; partilhar conhecimentos e desafios operacionais e fomentar discussões e ações para destravar recursos e incentivos para o setor.

Essa última estratégia é especialmente importante, já que o Brasil precisará investir R$228 bilhões para alcançar a meta de 12 milhões de hectares restaurados, de acordo com um estudo do Instituto Escolhas. O retorno, no entanto, será três vezes esse valor, com R$776,5 bilhões em receita líquida estimada com a venda de créditos de carbono e produtos florestais. 

“A restauração florestal precisa ser entendida como uma atividade que pode ter participação significativa no PIB, tal como o agronegócio”, afirma Renata Piazzon, diretora-geral do Arapyaú. Ela acrescenta que, para que isso ocorra, a atividade deve se tornar uma agenda de Estado, com participação do setor privado, financeiro e da sociedade civil.

Paulo Hartung, presidente da Ibá, diz que a parceria com o Arapyaú ocorre em um “momento oportuno”, pois existe, segundo ele, um crescente interesse da sociedade em valorizar produtos nativos e nacionais provenientes de uma produção sustentável. “Ao mesmo tempo, as economias do mundo se comprometem, entre avanços e retrocessos, com metas para reduzir emissões de carbono”, ressalta. 

Hartung explica que a indústria de árvores cultivadas está pautada em um modelo de bioeconomia em larga escala, atuando em uma lógica integradora, sistêmica e circular, da árvore ao pós-uso do produto, gerando uma gama de benefícios climáticos. 

“Hoje, o setor planta 1,8 milhão de árvores por dia, além de preservar 6,9 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão superior ao estado do Rio de Janeiro.” Ao unir forças com o Arapyaú, a expectativa é de que esses números cresçam cada vez mais. 

Giulie Carvalho

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