2024 ficará marcado como o ano em que o Instituto Arapyaú ampliou sua projeção dentro e fora do Brasil, contribuindo com o debate sobre clima e desenvolvimento sustentável nos mais diversos fóruns e também na imprensa. Além de reforçar sua atuação em dois territórios brasileiros (sul da Bahia e Amazônia), a organização consolidou seu papel em prol da agenda climática no cenário das discussões globais.
Exemplo disso foi a realização, logo no início do ano, do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, em parceria com Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Igarapé, Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. O evento inédito fez parte do G20 Social, que antecedeu a reunião de cúpula do G20, presidido pelo Brasil, e colocou em pauta desde o financiamento climático internacional até aspectos econômicos da mudança do sistema alimentar, passando pelo estreitamento da relação entre finanças e natureza, reindustrialização verde e transição energética.
Esses e outros temas ganharam maior eco nas publicações de duas porta-vozes da organização que estrearam colunas mensais em grandes veículos de imprensa nacionais: Renata Piazzon, diretora geral do Arapyaú, no Estadão, e Lívia Pagotto, gerente de Conhecimento, no Poder 360. “Essa é uma sinalização importante do papel que podemos ter na agenda de desenvolvimento sustentável do Brasil, fomentando iniciativas estruturantes e negócios inovadores de bioeconomia em uma constante articulação com setor privado, governos, sociedade civil e outras filantropias”, afirma Renata.
No campo da articulação com as filantropias internacionais, o Arapyaú desempenhou papel estratégico ao receber em outubro, no Brasil, o grupo global de organizações filantrópicas dedicadas à mitigação das mudanças climáticas. O encontro evidenciou o interesse deste setor em aprofundar o entendimento sobre o contexto brasileiro e as oportunidades de apoiar iniciativas no país – que tem o potencial de se tornar um hub de soluções para uma economia de baixo carbono.
Esse esforço de mostrar as potencialidades do Brasil na agenda climática global também motivou o apoio do Arapyaú ao Brazil Climate Summit, evento que antecede a Climate Week de Nova York e que tem como missão contribuir com o posicionamento do país como um hub de soluções verdes que podem ser exportadas.
Na Climate Week, outro relevante compromisso no calendário global sobre mudanças climáticas, o Instituto trabalhou uma agenda própria, com palestras, debates e mesas redondas sobre restauração florestal, bioeconomia e ciência, entre outros temas. Um dos destaques foi o Climate Politics and Climate Science, que debateu as intersecções entre política e ciência climática, em um encontro com Johan Rockström, um dos maiores cientistas climáticos do mundo, Ana Toni, secretária nacional para Mudança do Clima, e André Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
Encontros
Como a trajetória do Arapyaú reflete a soma de muitas outras, 2024 também foi marcado pelos encontros com pessoas inspiradoras. Uma delas foi o pacifista indiano Satish Kumar, que se reuniu com jovens ativistas brasileiros pelo clima para partilhar vivências e sonhos de um futuro com mais respeito pelas pessoas e pela natureza, em evento realizado em parceria com a Escola Schumacher Brasil. “Nesse encontro maravilhoso, intimista e muito profundo, aprendemos que o ativismo nos convida para um lugar de amor. Lutamos por melhorias, por políticas públicas e por ações no campo do afeto também, não apenas no campo político”, contou Andréia Coutinho Louback, reconhecida como uma das vozes expoentes no debate de raça, gênero e classe dentro da agenda climática no Brasil e fellow do Arapyaú.
E por falar no Programa de Fellows, foi celebrado em 2024 o chegada de dois novos participantes: Adnan Demachki, advogado e ex-prefeito de Paragominas (PA), cidade que firmou um pacto pelo desmatamento zero, e Mariano Cenamo, empreendedor social e fundador do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).
Avanços
Em agosto, a rede Conexão Povos da Floresta, fomentada pelo instituto, alcançou o marco de mil comunidades indígenas, extrativistas e quilombolas conectadas à internet em territórios protegidos da Amazônia Legal. A conquista deixa mais próxima a meta de levar internet em banda larga para um milhão de pessoas em 5 mil comunidades na região.
Outra importante realização foi a criação de créditos de empoderamento feminino para as produtoras de cacau cabruca, no sul da Bahia. A iniciativa, em parceria com a ONG Tabôa e ERA Brazil, adota o Padrão W+, que mede o empoderamento das mulheres de forma quantificável para gerar créditos a serem vendidos a corporações. Assim como os créditos de carbono ajudam a compensar as emissões de gases do efeito estufa, os créditos de empoderamento feminino impulsionam sociedades mais justas e equitativas, por vezes, estimulando também o desenvolvimento sustentável.
Para fechar o ano, o Relatório de Atividades 2023 do Arapyaú foi premiado na categoria de Design Editorial na 14ª edição do Prêmio Brasileiro de Design. Com projeto gráfico do Estúdio Arado, o documento é permeado de fauna, flora e gente, com variadas cores e texturas, e consolida as pontes que o Arapyaú constrói entre Mata Atlântica e Amazônia, biomas onde atua. “Nossa intenção era contar uma história e não apenas produzir um relatório tradicional. E como conteúdo e forma andam juntos, a ideia central era transbordar essa narrativa numa proposta gráfica inovadora, que enlaçasse todo este enredo”, explica Sabrina Fernandes, gerente de comunicação do Instituto Arapyaú.
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