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Brasil dobra número de medalhas em “Oscar” do chocolate

Foto: Ana Lee

Conhecido como o “Oscar” do setor, o International Chocolate Awards é a maior competição de chocolate artesanal do mundo. Em 2022, 19 chocolates brasileiros de origem conquistaram destaque entre as melhores das Américas. Na edição deste ano, que  teve seu resultado revelado no dia 9 de setembro em cerimônia realizada em Nova York, o número de medalhas saltou para 42, sendo oito de ouro, 24 de prata e 10 de bronze.

As medalhas foram divididas entre 16 marcas brasileiras, todas produtoras de chocolates à base de cacau fino, com preocupação especial em relação à sustentabilidade. Agora, os vencedores vão disputar a etapa mundial. 

Entre as premiadas na etapa das Américas deste ano estão três marcas baianas: Benevides Chocolates, Ju Arléo Chocolates e Martinus Chocolates. Com sua barra 36% cacau ao leite com Cupuaçu, a marca “tree to girl” Ju Arléo Chocolates conquistou a prata na categoria ‘Barras de chocolate ao leite com inclusões ou pedaços’. “É o preferido, o queridinho da Ju. Foi ela quem decidiu inscrever esse chocolate no concurso e acabamos ganhando a medalha”, revela Julianna Torres, se referindo à filha Júlia Arléo, de 12 anos, idealizadora da marca fundada há quatro anos. “Vamos mostrar para o mundo a qualidade dos nossos chocolates do sul da Bahia”, comemora Julianna.

O Chocolate da Ju havia ganhado outro destaque internacional em 2022, ao receber a também medalha de prata no concurso internacional da Academy of Chocolate, em Londres, com uma barra 70% cacau e mel de Uruçu, abelha nativa da região sul da Bahia.

O casal de cacauicultores Julianna Torres e Lucas Arléo teve acesso ao CRA Sustentável (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) em sua primeira rodada, iniciativa concebida pela Tabôa em parceria com os institutos Arapyaú e humanize e o Grupo Gaia.  Com o valor, investiram na produção sustentável e no beneficiamento das amêndoas de qualidade, principal ingrediente das barras de sucesso internacional da Ju Arléo Chocolates. 

“O acesso a crédito desencadeia uma série de processos positivos, como volume de produtividade, qualidade e também promoção da conservação ambiental, considerando que o cacau é um agente que protege a biodiversidade, desde que seja cultivado em sistemas agroflorestais”

Ricardo Gomes, gerente de desenvolvimento territorial do Instituto Arapyaú

Estabelecida no município de Itabuna, a Benevides Chocolates Finos está no mercado desde 2018 e emplacou a medalha de prata para o chocolate branco Canjica Baiana, além de dois bronzes para os chocolates 43% cacau ao leite clássico e 55% cacau com Cupuaçu. Outra medalha de prata foi conquistada pela Martinus Chocolates, com sua opção 56% ao leite.

Há dois anos no mercado, essa foi a primeira vez que o produtor Rodrigo Morais participou da competição. “Premiações como essa atestam a qualidade de nossos produtos, pois as avaliações são feitas por jurados que são experts em sensorial de chocolate do mundo. Além disso, permite que a gente consolide a origem sul da Bahia como um polo produtor de chocolates de qualidade”, contou Leilane Benevides.

Entre os brasileiros, os chocolates que receberam mais medalhas na edição americana do International Chocolate Awards 2023 foram a gaúcha Miroh! Chocolate Makers, de Gramado (RS), com oito prêmios; a Mission Chocolate, de São Paulo, com seis medalhas; e a mineira Odle Chocolate Maker, com cinco produtos premiados. A nota mais alta entre os competidores nacionais foi para o chocolate 70% com Cupuaçu da cearense MOA Chocolates, que pontuou 90.7, levou o ouro na categoria Barras de chocolate amargo com inclusões ou pedaços e o prêmio especial Bioma.

Fernanda Carpegiani

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