Coalizão Brasil envia ao governo propostas para conter desmatamento na Amazônia
A Coalizão Brasil Climas, Florestas e Agricultura entregou ao governo federal, no dia 15 de setembro, seis propostas de ações para deter o desmatamento na Amazônia de forma rápida e permanente. O grupo é formado por mais de 230 entidades, entre elas organizações da área ambiental, empresários do agronegócio, setor financeiro e cientistas.
Entre as ações propostas para reduzir o desmatamento está o pedido para intensificar a fiscalização, com punição pelos crimes ambientais identificados, a adoção de critérios socioambientais para financiamento e a suspensão dos registros no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) de áreas ocupadas ilegalmente em terras indígenas e florestas públicas.
André Guimarães, representante da Coalizão Brasil e diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), explica que as propostas atacam as causas do desmatamento e podem ser implementadas imediatamente, com resultados permanentes. “O desmatamento descontrolado cria instabilidade ao país, ao clima, ao meio ambiente, aos empresários. Quem ganha com isso é quem opera na ilegalidade”, diz ele.
A Coalizão Brasil, Florestas e Agricultura é formada por entidades do agronegócio no Brasil, as principais organizações civis da área de meio ambiente e clima, representantes do meio acadêmico, associações setoriais e companhias nas áreas de madeira, cosméticos, siderurgia, papel e celulose, entre outras.
Essa redução (do desmatamento) no curto prazo – em alguns meses – é de fundamental importância para o país. Não somente pelo avanço das perdas socioambientais envolvidas, mas também pela ameaça que a destruição florestal na região impõe às questões econômicas nacionais”
trecho do documento da Coalizão Brasil
AÇÕES PARA A QUEDA RÁPIDA DO DESMATAMENTO
Retomada e intensificação da fiscalização, com rápida e exemplar responsabilização pelos ilícitos ambientais identificados;
Suspensão dos registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que incidem sobre florestas públicas e responsabilização por eventuais desmatamentos ilegais;
Destinação de 10 milhões de hectares à proteção e ao uso sustentável;
Concessão de financiamentos sob critérios socioambientais;
Total transparência e eficiência às autorizações de supressão da vegetação;
Suspensão de todos os processos de regularização fundiária de imóveis com desmatamento após julho de 2008.