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Como a educação pode salvar a Amazônia?

Foto: Seduc AM/Divulgação

Nas áreas remotas e nos centros urbanos que existem dentro da chamada Amazônia Legal, que reúne os nove estados onde a maior floresta tropical do mundo está presente, há sete milhões de crianças e adolescentes que são peças-chave para a preservação do território. Não dá para falar de manutenção da floresta em pé sem abordar a educação dos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e urbanos amazônidas. O tema foi assunto de uma reportagem especial do jornal O Estado de S. Paulo, com vários capítulos e cobertura em podcast, e também de um editorial da mesma publicação. Durante o primeiro semestre, a reportagem viajou para Amazonas e Pará para apurar como é possível fazer uma escola pública de qualidade na região e que incorpore a importância da sustentabilidade.

Hoje, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos estados que compreendem a Amazônia Legal, por exemplo, está no fim do ranking. Até o melhor Ideb do ensino médio da região, o de Rondônia, é inferior à média brasileira. Para além da educação, a região também tem indicadores piores que os de outras regiões do país em segurança, infraestrutura e conectividade, apenas para citar algumas áreas. 

Em entrevista ao Estadão, Renata Piazzon, secretária executiva da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia e diretora do Instituto Arapyaú, reforçou a visão da rede de que não é possível resolver o problema do desmatamento da Amazônia considerando apenas a agenda ambiental. “É preciso inverter a ordem da reflexão. A gente tem que trabalhar para o aumento dos indicadores sociais tendo como consequência uma redução do desmatamento. Olhar para a população local e construir soluções junto com ela”. 

A reportagem abordou ainda o projeto da Concertação, construído com parceiros, sobre o novo currículo para o ensino médio, implementado em todas as escolas do País a partir deste ano. O novo formato conta com um currículo flexível, que inclui os chamados itinerários formativos. Eles são caminhos que a escola tem que oferecer aos jovens como opção para que escolham estudar nos três anos, além das disciplinas obrigatórias. Assim, 40% do currículo ficam para os itinerários, em que o estudante desenvolve projeto de vida, cursa disciplinas eletivas e se aprofunda em pesquisas das áreas escolhidas.

A partir disso, a Concertação se juntou aos institutos iungo e Reúna para criar os chamados Itinerários Amazônicos. “A gente quer mostrar dentro da sala de aula essa conexão direta com território para poder influenciar as possibilidades de futuro para o jovem. Se ele quiser sair da região, ele pode, claro, mas não por achar que o Sudeste é a única opção”, afirmou Fernanda Rennó, facilitadora dos Grupos de Trabalho de Educação e de Cultura da Concertação. 

A ideia é começar em 2023 com os estados do Amazonas, Amapá e Roraima e depois disponibilizar gratuitamente os materiais, que serão feitos em plataformas até de WhatsApp, para professores de todas as redes do Brasil. O projeto tem o custo de R$ 6,2 milhões, 50% da iniciativa privada e 50% do BNDES. “A Amazônia precisa estar na escola, tem de ser um elemento identitário do brasileiro”, complementou Paulo Emílio Andrade, presidente do Instituto iungo.

Leia a reportagem completa.

Leia o editorial do Estadão.

Escute os episódios do podcast Educação na Floresta.

Carmen Guerreiro

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