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COP26 consolida atuação da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia e define novas frentes de trabalho

As integrantes da rede Uma Concertação pela Amazônia, da esquerda para direita, Renata Piazzon, secretaria executiva da Concertação, Ana Toni, diretora executiva do iCS, Samela Sateré-Mawé, comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Ilona Szabó, diretora executiva do Instituto Igarapé, e Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, participam da plenária mensal da iniciativa, transmitida diretamente do Brazil Climate Action Hub, na COP26. Foto: Arquivo Arapyaú.

A COP26 foi um marco na trajetória da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia. Além de representar a estreia da rede no cenário internacional, a Cúpula do Clima ajudou a consolidar a iniciativa como um espaço de encontro de vários atores em busca do desenvolvimento sustentável da região e a definir frentes de ação da rede para os próximos anos. 

“Nossa participação na COP deixou muito clara a importância de reforçarmos nosso papel como captador e orientador de recursos internacionais para a Amazônia”, diz Renata Piazzon, secretária-executiva da Concertação. Em Glasgow, participantes da rede tiveram encontros com diversos atores internacionais, desde fundações e empresas a representantes de governos. “Nosso próximo passo é descer para projetos estruturantes e funcionar como um hub capaz de direcionar esses investimentos para a região.”

Em uma COP marcada pela força da sociedade brasileira e a presença significativa de CEOs, um dos principais objetivos da Concertação, que é o de unir empresas para fazer a transformação no território, ganha destaque. Segundo levantamento do Boston Consulting Group (BCG), mais de 5.200 empresas e cerca de 450 instituições financeiras assumiram o compromisso de se tornar “carbono neutro”.

Criada em 2020, a Concertação reúne mais de 400 lideranças de diferentes setores, em um espaço democrático e apartidário. Na COP, a rede fez o lançamento internacional da “Uma Agenda pelo Desenvolvimento da Amazônia”, documento com propostas para o desenvolvimento sustentável da região que contempla a diversidade e a complexidade das paisagens e dos territórios. 

A ocupação indígena de forma inédita no encontro em Glasgow também reforçou na rede a necessidade de se ter representantes de povos originários em todos os seus grupos de trabalho. “No evento de lançamento do documento, a fala da jovem líder Samela Sateré Mawé trouxe uma crítica que precisa ser ouvida. Eles querem ser protagonistas, não apenas participar”, diz Renata. “Vamos agora submeter o documento a um comitê de líderes indígenas, para ser feito e validado por ele.” 

Neste esforço de discutir Amazônia a partir da experiência dos mais diversos atores, a Concertação também quer evidenciar a importância da dimensão sensível e cultural para a compreensão da região. Na COP, obras representantes da arte da região, como de Chermie Ferreira, Rakel Caminha, Paula Sampaio, Kambô, Rui Machado e Marcela Bonfim, marcaram presença nos eventos promovidos pela iniciativa. O objetivo da rede é criar uma galeria virtual com esses trabalhos, beneficiando diretamente seus autores.

Para o ano que vem, na arena internacional, a iniciativa se prepara para uma atuação ativa em eventos como o Estocolmo+50, na Suécia, em comemoração aos 50 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, a Convenção da Biodiversidade, na China, e a COP27, no Egito. “A Amazônia é muito estratégica e precisamos estar nesses espaços”, reforça Renata. No cenário nacional, a ambição é colocar a Amazônia de forma significativa no debate eleitoral. “Desejamos que nosso documento contribua com os programas de governo de todos os candidatos”.

Carmen Guerreiro

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