“É o Brasil de volta à cena do clima”, diz Izabella Teixeira sobre convite para ser conselheira da COP27

Izabella Teixeira será conselheira da presidência da COP27
Foto: Alexandre Campbell/aCriatura

A ex-ministra do Meio Ambiente e senior fellow do Instituto Arapyaú, Izabella Teixeira, será uma das conselheiras da presidência da COP27, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito. Ela fará parte do grupo chamado “Friends of the COP27”, que reúne nomes relevantes na agenda ambiental e climática internacional para assessorar a presidência do encontro — neste ano a cargo do chanceler egípcio Sameh Shoukry. Entre outros integrantes, participam do grupo a ex-secretária de Relações Exteriores do México e da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Patricia Espinosa, e o ex-primeiro-ministro da França e presidente da COP21, Laurent Fabius. Os integrantes do grupo permanecem como conselheiros da presidência mesmo após o fim do evento.

“É o Brasil de volta à cena do clima”, afirmou a ex-ministra à Folha de S. Paulo. Nos últimos anos, o país perdeu seu protagonismo no debate climático internacional, após a explosão do desmatamento e o incentivo do atual governo à exploração comercial de áreas protegidas. Para Izabella, que foi ministra do Meio Ambiente de 2010 a 2016 e é atualmente co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais, plataforma político-científica do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), a COP pode ser um palco para o Brasil reassumir seu protagonismo e sinalizar para o mundo uma nova era. “Será uma COP muito complexa, cheia de fios desencapados, em um momento muito sensível do mundo, mas com uma voz importante dos países em desenvolvimento”, afirma.

Na visão da ex-ministra, a reinserção do país nas discussões contemporâneas globais requer um novo entendimento do Brasil e de sua sociedade sobre o seu papel e lugar no mundo. Izabella reforça que muita gente acha que, ao controlar o desmatamento, o Brasil volta naturalmente ao cenário internacional. Mas, na verdade, diz a ex-ministra, “controlar o desmatamento é como retirar uma senha de entrada”.

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