Para Leal, o debate climático tem sido levado cada vez mais a sério pelas elites e também por diversos políticos. “Acredito que quem não entrar nessa agenda será superado, seja política ou economicamente”, afirmou à CNN Brasil. As consequências econômicas para o país caso o tema não seja levado a sério e o desmatamento contido, segundo ele, podem ser graves, especialmente se chegar aos consumidores.
Por isso, o empresário ressaltou em ambas as entrevistas que é essencial melhorar a imagem do Brasil no exterior em relação às mudanças climáticas. “Investidores internacionais estão dizendo que não querem vir para cá por conta das questões ambientais. Parceiros comerciais estão com uma série de ruídos. E existe um risco disso chegar em consumidores, e aí não tem quem controle”, analisou na entrevista à Folha.
Em relação ao discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula, Leal avalia: “O discurso foi positivo, mas não está escorado na realidade, então a credibilidade continua em jogo. Para eliminar o risco e voltar a ter um protagonismo, aproveitando as oportunidades que toda essa agenda traz, temos que agir. Você pode não zerar com o desmatamento ilegal de um ano para o outro, mas pode reduzir, inverter a tendência de alta. Com isso vamos reconquistar uma credibilidade.” Esse papel do Estado, segundo o empresário, é fundamental.
Em adição a isso, Leal explica à Folha que “a sociedade é mais ampla e complexa do que o governo”, e por isso é essencial que haja diálogo entre setores diversos da sociedade sobre os desafios e as oportunidades relacionados às questões climáticas, a exemplo da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia.