Em estreia em Belém, ‘Tons da Amazônia’ celebra a música feita na região

Exibição do mini-documentário “Tons da Amazônia” no Sesc Ver-o-Peso, em Belém (PA).
Crédito: Divulgação

“Amazônia vive! Essa terra se aguenta tentando te aguentar!” O verso da rapper paraense Bruna BG ecoou com ainda mais força na noite de 26 de abril, no Sesc Ver-o-Peso, em Belém (PA), quando foi apresentado o mini-documentário Tons da Amazônia, idealizado pelo Instituto Arapyaú e dirigido por Mariane Claro e Igor Pimentel. A obra mostra como, com suas batidas envolventes e suas raízes profundas, o carimbó, o maracatu, a lambada, o rap e outros ritmos são um exemplo vivo do poder da cultura para unir pessoas, preservar tradições e inspirar novas formas de viver em harmonia com a natureza.

Exibido pela primeira vez em território amazônico, o filme reúne as percepções de importantes artistas do Pará, como Mestre Deia, diretora musical do grupo Pássaro Ararajuba, e Ricardo Aquino, coordenador do Carimbó Galo Duro. É ele quem diz que “o carimbó é a floresta em pé”, definindo bem uma música que canta os animais, os rios e a biodiversidade da mata.

Em uma noite que festejou a riqueza de sua arte e de suas tradições, os músicos participaram de um debate sobre a importância de valorizar e preservar esses tesouros culturais também como forma de manter viva a Amazônia. “Nossa música é resistência e defesa da floresta”, afirma Mestre Deia. 

Essa é uma mensagem que o Arapyaú tem ecoado cada vez mais. Sabrina Fernandes, gerente de Comunicação do instituto, mediou a conversa após a exibição e reforçou a necessidade de olhar para os territórios a partir das pessoas, mantendo-as no centro dos debates sobre clima e sustentabilidade. 

Não há como compreender os territórios sem olhar para sua cultura. As manifestações culturais têm o poder de possibilitar conexões, evocar emoções e entendimentos”, diz Sabrina. 

Nesse processo de sensibilização e conexão entre a cultura e as pessoas, o audiovisual tem sido uma uma ferramenta narrativa importante. “Precisamos tocar corações e mentes, envolvendo novos públicos, jogando luz sobre o que nos conecta e não sobre o que nos distancia. E o uso da música como fio condutor em um trabalho audiovisual parece ser, em certa medida, um caminho possível para superar essas barreiras”, acrescenta.