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Empresas lançam propostas para avanço da agenda de restauração florestal no Brasil

Objetivo é contribuir com o ambiente institucional para tornar a agenda de restauração florestal prioritária e atrativa para investimentos. Crédito: Shutterstock

A meta de limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais é inatingível sem contribuições significativas das florestas. Por isso, não basta combater o desmatamento, é preciso restaurar esses biomas. O alerta, feito pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), foi o ponto de partida para a criação de um movimento pré-competitivo do setor empresarial brasileiro, anunciado em Nova York, para ajudar o setor de restauração florestal a decolar no Brasil. A iniciativa tem o apoio do Instituto Arapyaú.

Na esteira do Brazil Climate Summit, evento que antecede a Climate Week, 20 empresas e instituições financeiras que fazem parte desse movimento apresentaram dois documentos sobre o potencial econômico dessa atividade e sobre como desenvolver projetos exitosos de restauração florestal com espécies nativas. “Se existe um lugar no mundo com condições estratégicas para liderar essa nova economia baseada na natureza, esse lugar é o Brasil”, afirma Roberto Waack, presidente do conselho do Instituto Arapyaú e um dos coordenadores da iniciativa.

Instituto Arapyaú foi um dos apoiadores da 3ª edição do Brazil Climate Summit. Crédito: acervo

As florestas têm o potencial de mitigar entre 4,1 e 6,5 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente até 2030, de acordo com o PNUMA. Ainda segundo o órgão, a conservação florestal, o manejo sustentável e as práticas de restauração podem responder por até 30% das medidas de mitigação disponíveis na próxima década. 

O Brasil, com mais de 500 milhões de hectares de florestas nativas, tem um enorme potencial nesse setor. E o fato de o país ser um dos únicos a contar com um código sobre o uso da terra – o Código Florestal – aproxima a restauração florestal dos sistemas de produção de alimentos, energia e novos materiais, permitindo um equilíbrio no uso da terra e a adequação de passivos. 

“Com a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, o Brasil pode sequestrar carbono em seus diferentes biomas, por meio de modelos de reflorestamento que vão desde Sistemas Agroflorestais (SAFs) até a silvicultura de nativas”, explica Vinícius Ahmar, gerente de Bioeconomia do Arapyaú. Em um dos materiais, o grupo do setor privado reforça a crença de que a restauração florestal com espécies nativas é uma das principais estratégias na mitigação das mudanças climáticas e na promoção da resiliência econômica e social.

Os documentos têm como objetivo contribuir para os avanços necessários no ambiente institucional, de modo que a restauração florestal se torne uma agenda robusta e atrativa para investimentos. Isso envolve o desenvolvimento de temas como a formação de mercado, governança, padronização de operações, aspectos fiscais e tributários, Pesquisa & Desenvolvimento e advocacy, sempre em colaboração com políticas públicas e alinhado às ambições climáticas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris, bem como a outros desafios internacionais, como o Bonn Challenge, a New York Declaration on Forests (NYDF), a Iniciativa 20×20, a Glasgow Leaders’ Declaration on Forests and Land Use, além de compromissos relacionados à biodiversidade.

Também reúne em um deles experiências de projetos de restauração em escala comercial – atingindo quase 40 mil hectares –, realizados em diversos estados brasileiros, como Pará, Minas Gerais e Espírito Santo, entre os anos de 2008 e 2022, com detalhamento técnico das melhores práticas e aprendizados sobre os desafios enfrentados.

Documentos podem ser encontrados na aba ‘publicações’ do site do Instituto Arapyaú.

Participam da iniciativa Belterra, Biofílica, Biomas, EB Capital, IPÊ, Itaú, Itaúsa, Leste, Maraé, Marfrig, Mombak, Pátria, Rabobank, re.green, Safra, Santander, Suzano, Symbiosis, UBS e Vale.

Giulie Carvalho

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