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Encontro preparatório para Cúpula da Amazônia debate bioeconomias amazônicas

Foto: Cris Paulino (Getty Images)

Organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e a Fundação Alexandre de Gusmão, o encontro preparatório para a Cúpula da Amazônia — IV Reunião de Presidentes dos Estados Partes no Tratado de Cooperação Amazônica, com realização em Belém (Pará) em 8 e 9 de agosto de 2023 — reuniu representantes do governo e da sociedade civil para discutir as principais temáticas contemporâneas para o território.

Lívia Pagotto, secretária executiva da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia e gerente sênior de conhecimento do Instituto Arapyaú, representou a rede em um debate sobre as bioeconomias da Amazônia e os seus novos modelos de produção para a sustentabilidade. A moderação do encontro foi da assessora especial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Manuela Kirschner. 

Na abertura do debate, Kirschner abordou o papel da bioeconomia no enfrentamento das duas crises planetárias e urgentes na área ambiental: mudanças climáticas e a perda sem precedentes de biodiversidade. “A bioeconomia tem potencial de trazer uma solução que contribui para a conservação da biodiversidade e também promove desenvolvimento sustentável e uma transição justa para a economia de baixo carbono”, disse.

A partir das reflexões da Concertação baseadas em uma agenda integrada de desenvolvimento para a Amazônia, Lívia reforçou o importante papel da bioeconomia e lembrou da necessidade de se olhar para as especificidades do território amazônico e seus desafios ambientais, econômicos e sociais. “Não adianta falar em bioeconomia sem pensar qual infraestrutura, instrumentos financeiros e mecanismos econômicos de fomento serão necessários, por exemplo”. 

A secretária executiva explicou que as principais contribuições teóricas e práticas da Concertação para esse campo seguem uma linha que considera quatro diferentes paisagens para as Amazônias: a da floresta, a em transição — que foi exposta a certo grau de ação humana —, a chamada “convertida” — com outros tipos de atividades econômicas — e a urbana — que abriga a maior parte da população. Cada uma exige uma prática de bioeconomia diferente, afirma.

“Se a gente olhar para a floresta, falamos de uma atividade principal voltada à conservação dos recursos naturais e da biodiversidade”. Tal atividade deve ter baixo impacto ambiental e ser baseada em uma sociobiodiversidade, defendeu. “Na Amazônia em transição, os esforços devem estar voltados para a contenção do desmatamento e a regeneração e restauração florestal”. Ela citou como exemplo o manejo florestal sustentável e atividades baseadas em biomassa. Para a convertida, sendo as commodities agrominerais a atividade principal, “há uma enorme possibilidade da gente pensar nos avanços pertinentes à integração da Lavoura, Pecuária e Florestas (ILPF), por exemplo”, falou Lívia. 

Quanto à Amazônia urbana, Lívia Pagotto argumentou que as cidades podem ser uma continuidade da própria floresta através da inovação. “Elas podem ser hubs que abrigam os pesquisadores e a ciência, tecnologia e inovação e polos industriais com altas tecnologias, o que pode ajudar a tornar mais complexos e integrados os arranjos produtivos relacionados à bioeconomia”.

Assista ao seminário Desenvolvimento Sustentável na Amazônia.

Fernanda Carpegiani

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