Com o objetivo de pautar a importância da atuação coletiva, colaborativa e horizontal para formular estratégias eficientes capazes de resolver ou mitigar desafios socioeconômicos e ambientais pelo mundo, o Fórum Latino-americano de Impacto Coletivo (FLIC) reuniu, nos dias 19 e 20 de outubro, especialistas de vários países para compartilhar práticas e metodologias. Com o foco em equidade racial, o evento promovido pela UWB (United Way Brasil), em parceria com as UW da Colômbia e do México, foi transmitido ao vivo pelo YouTube.
Durante o painel “Experiências que transformam populações vulneráveis e invisibilizadas”, a diretora do Instituto Arapyaú Thais Ferraz apresentou a atuação do Arapyaú e a bem-sucedida experiência do primeiro CRA Sustentável (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) do país.
Mediado pela jornalista Lívia Lima, da organização Nós, Mulheres da Periferia, o debate também contou com a participação de Laura Koening, diretora de soluções comunitárias da E3 Alliance; Maria Bystedt, líder de estratégia da H&M Foundation; Akshay Soni, diretor do The/Nudge Institute; e Janice Ikeda, MA, diretora executiva da Vibrant Hawaiʻi. O painel destacou projetos colaborativos e oportunidades de inclusão produtiva para populações em situação de vulnerabilidade social que trazem a educação e a equidade racial como aspectos centrais para o sucesso das iniciativas.
Concebido por uma parceria entre a ONG Tabôa, os institutos Arapyaú e humanize e o Grupo Gaia, o CRA Sustentável foi implementado em 2021, no sul da Bahia. A região é líder na produção de cacau no Brasil, sendo a maior parte proveniente da agricultura familiar, no método da cabruca, em que os cacaueiros são cultivados sob a sombra de árvores nativas.
Thais explicou que um dos principais entraves para o aumento da produção é o acesso ao crédito e que, portanto, era esse o desafio a ser enfrentado. “Após diversos estudos junto a diversos parceiros, chegamos em um modelo de crédito para apoiar as famílias agricultoras: o blended finance”, afirmou. O modelo mescla recursos de investidores do mercado e de organizações filantrópicas, que contribuem para a viabilidade econômica da operação.
No painel, a diretora do Arapyaú apresentou os resultados positivos alcançados depois de um ano da implementação do programa. Com os recursos, da ordem de R$ 1,37 milhão, repassados a 184 produtores, houve um aumento de renda média nas famílias agricultoras de 40%. Entre aqueles que produzem cacau de qualidade, o aumento foi de 58,6%. “Com esse projeto, quebramos paradigmas e conseguimos comprovar que a agricultura familiar pode sim ser um modelo sustentável que gera resultados sociais, ambientais e econômicos. Foi possível remunerar investidores e também melhorar a qualidade de vida dos produtores, com o aumento da renda”, resumiu Thais.
Assista o Fórum Latino-americano de Impacto Coletivo (FLIC)
Conheça a metodologia de impacto coletivo que embasou o evento
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