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Fundo Global do Meio Ambiente investirá no sul da Bahia para fortalecer a cabruca e a renda do produtor

Foto: Livia Cabral

Um seminário de construção coletiva de soluções para a cadeia do cacau marcou o início de uma iniciativa que pretende promover a conservação da Mata Atlântica, a inclusão produtiva e a melhoria da qualidade de vida de agricultores do sul da Bahia por meio do fortalecimento do sistema cabruca – modo de cultivo tradicional que utiliza a sombra de árvores nativas para a produção de cacau. 

Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), um fundo global voltado para biodiversidade, mudanças climáticas e uso da terra, o projeto Conservação da Mata Atlântica por meio do manejo sustentável de paisagens agroflorestais com cacaueiras tem investimento previsto de US$ 4,7 milhões e será desenvolvido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), com a participação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). O Instituto Arapyaú apoiou a realização do seminário de diagnóstico.

Com a preocupação de integrar aspectos ambientais e socioeconômicos, a iniciativa tem por objetivo revitalizar 50 mil hectares de lavouras de cacau, transformar 1,6 milhão de hectares de áreas produtivas e melhorar a renda de 3 mil produtores rurais da região.

“Esse projeto é muito importante porque reconhece o sistema cabruca como um modelo de produção que garante segurança alimentar, manutenção de biodiversidade e renda para as famílias que dependem disso”, afirma Thais Ferraz, diretora do Instituto Arapyaú. “Reconhece ainda a importância dessa construção coletiva de alternativas para a cadeia do cacau, com participação de diversos atores”.

A iniciativa não se encerra em si. No horizonte de quatro anos, o projeto espera mobilizar mais US$ 58,2 milhões de investimentos para o sul da Bahia. “Esse investimento é muito estratégico por ser uma doação. Para que os impactos do projeto se ampliem e continuem, é importante trazer outros recursos”, acrescenta Thaís. 

Organizado pelo Arapyaú, o Seminário de Construção Coletiva do Projeto Cacau Cabruca reuniu cerca de 130 participantes entre produtores rurais, poder público, setor privado, ONGs e institutos de pesquisa. O evento promovido pelo Mapa e pela FAO aconteceu no dia 09 de maio, em Ilhéus (BA). A ideia foi promover um amplo debate para diagnóstico e construção coletiva do projeto. Os diversos participantes contribuíram para a identificação de gargalos, demandas e potencialidades da região, além de adequar as ações à realidade local. 

Um dia antes (08 de maio), Mapa e FAO fizeram o lançamento oficial do projeto em Salvador (BA), em um evento que reuniu autoridades do governo brasileiro, nas esferas estadual e municipal, além de representantes de agências das Nações Unidas. Em linhas gerais, foi reforçado que o projeto atuará na redução e reversão da degradação do solo, e na mitigação de seus efeitos no bioma da Mata Atlântica, por meio do manejo sustentável da terra. O objetivo é reduzir e reverter as tendências de degradação e perda da biodiversidade no sul da Bahia por meio do fortalecimento dos sistemas de produção de cacau cabruca.

Fernanda Carpegiani

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