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Instituto Arapyaú e Agni lançam estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para fomentar a bioeconomia na Amazônia

Documento foi realizado por Instituto Arapyaú e Agni
Crédito da ilustração: Adriana Ramalho

A bioeconomia, um importante vetor de transformação na Amazônia, tem o potencial de gerar US$284 bilhões ao ano até 2050. Essa nova economia, que deve ser promovida com sustentabilidade social e ambiental, só pode ser alavancada por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Por isso, Instituto Arapyaú e Agni se uniram para propor uma estratégia de CT&I em bioeconomia nesse território, com o objetivo de transformar a região em uma referência em soluções inovadoras para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico e o bem-estar das populações locais.

As duas organizações filantrópicas prepararam um documento, divulgado no período da 5ª Conferência Nacional de CT&I, que aconteceu entre 30 de julho e 1 de agosto, em Brasília, no qual detalham a estratégia que considera a urgência de resposta diante da crise climática global. Seu principal pilar é a valorização da floresta em pé, com a promoção da biodiversidade na Amazônia e a valorização de processos de reconstituição da floresta e da ação de produtores familiares locais.

Com economias de alto valor, é possível acelerar a geração de oportunidades no território, com caminhos para o bem-estar das populações locais e conservação dos recursos naturais”.

Lívia Pagotto, gerente de conhecimento do Instituto Arapyaú

Arapyaú e Agni acreditam que a Amazônia é uma região-chave para posicionar o Brasil como protagonista de uma economia justa, de baixo carbono e inclusiva. E o investimento em CT&I é fundamental para promover competitividade econômica, com desenvolvimento social e ambientalmente sustentável, valorizando o conhecimento e a biodiversidade locais. Um dos objetivos é tornar o país referência no conhecimento científico e tecnológico ligado à conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

“Nossa estratégia tem cinco alavancas prioritárias: a proposição de diretrizes regionais e nacionais; a formação, desenvolvimento e valorização do capital humano na ciência; a conexão entre o ambiente de produção científica e demandas por inovação; a ampliação e qualificação de negócios na bioeconomia e a preparação e especialização da mão-de-obra em atividades desse setor, com foco no desenvolvimento social e econômico da região”, explica Pagotto.

Uma das ações já realizadas foi o lançamento do Policy Brief, que contém o mapeamento de Projetos de Lei (PLs) que podem ajudar o Brasil a avançar no desenvolvimento de inovação baseada em ciência e tecnologia. Um dos textos destacados é o PLP 150/2022, que institui a Política Nacional de Bioeconomia e prevê princípios, objetivos, fontes de financiamento, incentivos fiscais e tributários para o setor, com um destaque para a Amazônia Legal. Outro é o PL 2681/2021 e o recente apenso PL 6192/2023, que amplia a utilização de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), com o objetivo de fomentar pesquisas científicas e tecnológicas alinhadas a necessidades de setores produtivos, bem como projetos e atividades de CT&I voltados ao setor de bioeconomia. 

A destinação de recursos para a região é especialmente importante ao se levar em conta que a Amazônia representa cerca de 60% do território brasileiro, 13% da população, 9% do PIB e apenas 3% do investimento total de C&TI. Dados da Capes mostram que a quantidade de mestres e doutores por habitante na Amazônia Legal, embora esteja crescendo significativamente, ainda é a menor do país: 23 por 100 mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 43 por 100 mil habitantes.

Por isso, outra iniciativa de Arapyaú e Agni foi o lançamento de um edital para Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) da Amazônia Legal, com o objetivo de fortalecer a conexão entre produção científica e as demandas de inovação do mercado e promover o desenvolvimento local, a partir da implementação de soluções de base científica ou tecnológica. O apoio técnico e financeiro envolverá a coordenação e fornecimento de subsídios para atividades, a capacitação de gestores e pesquisadores e o desenvolvimento de outras iniciativas que apoiem o aperfeiçoamento da jornada de inovação das instituições. As inscrições para essa chamada pública vão até o dia 21 de agosto.

Giulie Carvalho

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