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Internet para os Povos da Floresta: como ampliar a conectividade na Amazônia?

Foto: Nima Mot/Unsplash

A Amazônia ainda vive à margem da era digital. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), enquanto no Brasil o percentual de domicílios com internet banda larga é de 77,9%, na região o número é de 58,5%. O mesmo acontece quando o assunto é o acesso ao 3G e 4G em áreas urbanas: no Brasil a porcentagem é de 70,7%, na Amazônia de 68,7% — com piora nas áreas rurais.

Além da baixa cobertura, a população também sofre com a precariedade do sinal, que costuma ser lento e instável. A Uma Concertação pela Amazônia reuniu, no dia 6 de julho, lideranças da região e representantes de organizações em Alter do Chão (PA), durante o Fórum Amazônia Sustentável, para o vigésimo encontro da iniciativa, que aconteceu de forma híbrida, com o público do Fórum e participantes online.

O problema da conectividade é amplo: significa prejuízos na saúde (telemedicina), na educação (acesso ao conhecimento e ensino a distância), na segurança, na área profissional, entre outras necessidades e direitos básicos. O ambiente digital é ainda campo de denúncia, disputa de narrativas e de reivindicações. “A conectividade deve ser vista como um direito dos povos tradicionais, mas também como oportunidade de desconstrução de narrativas que tentam invisibilizar os povos, suas culturas e a sua relação com a Amazônia”, afirmou Dione Torquato, secretário geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, filho e neto de seringueiros.

“Nesse encontro compartilhamos o projeto Internet para os Povos da Floresta, em parceria com CONAQ, COIAB e CNS e que tem como objetivo levar internet rápida, rapidamente, para 4500 comunidades da região”, afirmou Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú e secretária executiva de Uma Concertação pela Amazônia. “Celebramos mais uma vez a nossa aproximação com o território e a participação ativa dos povos da região, por meio de representantes das organizações indígenas da Amazônia brasileira, das populações extrativistas e da articulação de quilombos. São essas as vozes que legitimam o nosso espaço e é nosso papel dar a elas cada vez mais visibilidade.”

Uma síntese do que foi discutido foi apresentada em reportagem da revista Página22, que também tangenciou o desafio e o compromisso da Concertação em garantir a participação das populações locais nos seus eventos. A realização de reuniões híbridas se conecta a esse objetivo: apesar de embutir uma dura fragilidade logística, conecta a iniciativa e vários outros públicos à realidade amazônica. A reportagem abordou ainda a necessidade de uma escuta atenta para o que os representantes locais proclamaram: um pedido de atenção para necessidades básicas, muito particularmente conectividade e sua relação com saúde, educação e segurança.

Leia a cobertura completa do encontro na Página22.

Carmen Guerreiro

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