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MapBiomas lança nova coleção sobre a cobertura e uso da terra no Brasil

Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real

O MapBiomas, projeto apoiado pelo Instituto Arapyaú, lançou em agosto a sétima coleção dos mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil, feita a partir de imagens de satélite. A organização promoveu um seminário virtual, disponível no YouTube, para divulgar o material e discutir os desafios enfrentados pelo Brasil na gestão do uso da terra. 

Segundo dados da coleção, entre 1985 e 2021, o Brasil perdeu 13,1% de vegetação nativa, entre florestas, savanas e outras formações não florestais. Esse território foi tomado principalmente pela agropecuária, que expandiu a área ocupada pela atividade de 21% para 31% do país. No período analisado (1985-2021), o crescimento registrado pela agricultura é impressionante: aumento de 228% nas áreas ocupadas pelo segmento. 

Outra tendência constatada no estudo foi a redução da superfície de água: nos últimos 30 anos, houve uma perda de 17,1%. O fenômeno ocorre especialmente no Pantanal, que é fortemente influenciado pela variação da umidade gerada na evapotranspiração das árvores da Amazônia, por exemplo. 

A transformação de vegetação nativa para áreas de agropecuária foi mais intensa no Cerrado (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), em estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas e Rondônia) e no Pampa, no Rio Grande do Sul. Na Amazônia, a cobertura florestal piorou consideravelmente na última década. Entre 2010-2020, 22% da área de florestas foram perdidas, versus 11% na década anterior. 

Esse número cai entre as terras indígenas, indicando a importância dos povos nativos para a proteção e preservação ambiental. A nova coleção de dados do MapBiomas indica que a perda de vegetação nativa em territórios indígenas foi de apenas 0,8%, entre 1985 e 2021.

“A tendência de rápidas transformações representa grandes desafios para que o país possa se desenvolver e ocupar o território com sustentabilidade e prosperidade ”, explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. “A ocupação do solo e a produção rural precisam ser compatibilizadas com a conservação dos biomas”, afirma.

Além dos mapas e dados sobre a evolução da cobertura e uso da terra no Brasil, a nova coleção também inclui informações sobre o aumento do desmatamento, vegetação secundária, irrigação, mineração e qualidade das pastagens. O MapBiomas também incluiu um modo de visualização 3D e novas ferramentas de análise temporal das transformações no território brasileiro. Todos os dados estão disponíveis gratuitamente no site do projeto.

Assista ao 7º Seminário Anual do MapBiomas

Acesse o conteúdo da Coleção 7 do MapBiomas – Mapeamento Anual de Cobertura e Uso  da Terra

Carmen Guerreiro

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