Há mais de dois anos o GIFE, uma associação que congrega os investidores sociais do Brasil, lançou uma série chamada “O que o ISP pode fazer por….”, tendo por objetivo jogar luz e oferecer informações sobre assuntos estratégicos da agenda pública, nos quais a atuação do investimento social privado (ISP) ainda é tímida ou insuficiente para responder aos desafios.
Um dos mais recentes episódios da série trata da região amazônica. No final de abril, foi lançada a plataforma ISP pela Amazônia, no âmbito da série, com o objetivo de fomentar reflexões e apontar caminhos para aprofundar o engajamento da filantropia e do ISP na conservação e no desenvolvimento inclusivo e sustentável da região, e gerar esforços para a produção de conhecimento sobre a Amazônia.
A plataforma apresenta dados sobre como institutos, fundações e empresas investem e atuam nos nove estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão. Também disponibiliza o mapeamento de iniciativas do setor e suas articulações na região, além de conteúdos de referência, como relatórios, estudos, artigos, guias, vídeos, podcasts e outros materiais informativos sobre a interface do ISP, em particular, e da sociedade civil, em geral. Também congrega diretrizes para a atuação e interlocução do investimento social privado com as comunidades locais e tradicionais e o poder público.
Segundo Ana Carolina Szklo, gerente de sustentabilidade do Instituto Humanize, além de não haver recursos suficientes destinados à Amazônia, a maior parte deles ainda não foca no desenvolvimento sustentável.
É preciso desenhar arranjos inovadores para composição dos diferentes tipos de capital provenientes do setor privado, filantropia, governo e agências multilaterais, de forma que as soluções a serem implementadas ganhem escala e contribuam de forma efetiva para o desenvolvimento de um ecossistema de impacto na Amazônia.”
Ana Carolina Szklo, gerente de sustentabilidade do Instituto Humanize
Nesse sentido, Ana Carolina acredita que a plataforma desenvolvida pelo GIFE “pontua oportunidades e apresenta diretrizes que poderão nortear a entrada de outros atores que ainda não se engajaram no tema”. Desta forma, acredita ela, a ferramenta deve contribuir para o trabalho em rede e para um fluxo de recursos que ajude a promover uma verdadeira transformação na região.
Para Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), o ISP deveria ter como objetivo fortalecer as organizações da sociedade civil da região. “As organizações amazônicas têm um potencial diferenciado de incidência sobre políticas públicas com a presença perene no território, independentemente da duração de projetos de curta duração.”
Saiba mais aqui: https://isppelaamazonia.gife.org.br/