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Rede Conexão Povos da Floresta celebra seu impacto positivo em comunidades amazônicas

Iniciativa preza para que a conectividade mude positivamente a vida de comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas que vivem na Amazônia. Crédito: acervo Arapyaú

Mães que agora podem se comunicar com os filhos que vão para a cidade. Pequenos comerciantes com mais oportunidades para vender seus produtos. Jovens com novas possibilidades de estudo. Territórios mais protegidos contra invasores. Esses são só alguns exemplos de como a rede Conexão Povos da Floresta, com o objetivo de levar internet banda larga para cinco mil comunidades indígenas, extrativistas e quilombolas, já tem impactado positivamente a rotina dessas populações. 

Liderada pela Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), a iniciativa é fomentada pelo Instituto Arapyaú, com o apoio de outras 30 organizações. Entre os dias 5 e 7 de junho, financiadores, representantes das diversas entidades que compõem essa rede, membros do governo e beneficiários do projeto se reuniram em Alter do Chão (PA) no I Encontro Anual Conexão Povos da Floresta.

Além de dinâmicas e oficinas de empoderamento digital, o evento propiciou o debate dos resultados e rumos do projeto e incluiu uma imersão na realidade das comunidades locais. João Victor Pelozio, analista de projetos do Instituto Arapyaú, conheceu a Comunidade Extrativista do Carão e fala das mudanças que testemunhou por lá. “Há um impacto imediato. A internet possibilitou que pequenos comerciantes vendam seu artesanato também pelo status do WhatsApp, por exemplo. A conectividade também facilitou o recebimento de dinheiro via PIX. Antes, alguém de fora chegava na comunidade só com cartão ou celular, sem dinheiro, e eles não conseguiam vender”, conta.

1º Encontro da Rede Conexão Povos da Floresta aconteceu em Alter do Chão/PA

Joelma Lopes, uma das lideranças da comunidade do Carão, relata que ela, assim como outros vizinhos, ficavam sem notícias de seus familiares por até uma semana quando eles precisavam viajar até a cidade. Hoje, eles conseguem se falar em tempo real, a qualquer momento. “A gente estava isolado, não tínhamos muita comunicação. Com esse sinal, a vida está mais fácil.”

Além de aproximar as pessoas mais velhas da tecnologia, a conectividade abre um mundo de oportunidades para os mais jovens, como maiores possibilidades de estudo e opções de carreira. “Com a chegada da internet nas comunidades, gente que tinha largado os estudos voltou a estudar. Estão fazendo cursos online, conseguem pesquisar para trabalhos de escola e de faculdade e podem fazer cursos de empreendedorismo”, conta José Carlos Galiza, coordenador executivo da Conaq. 

O Conexão Povos da Floresta já levou internet para 826 comunidades na Amazônia. Até o final de 2025, o objetivo é conectar 1 milhão de pessoas em mais de 5 mil comunidades. “Esse é um esforço comum entre sociedade civil, setor privado, filantropia, mas, principalmente, do poder público. É importante tornar o projeto parte de políticas públicas que possam dar a ele o corpo necessário”, diz João Pelozio. Esse é o desafio do Instituto Arapyaú e de todos que acreditam nessa missão. 

Giulie Carvalho

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