O Instituto Arapyaú foi convidado para partilhar os resultados do Estudo de Viabilidade Econômica de Sistemas Produtivos com Cacau, coordenado em parceria com a iniciativa CocoaAction Brasil e WRI Brasil, em dois eventos que aconteceram no mês de junho em Altamira, no Pará. No II Simpósio Sobre Sistemas Agroflorestais com Cacaueiro (II SSAF CACAU) e na Oficina sobre Viabilidade Econômica e Financiamento de Sistemas Agroflorestais, organizados pelos governos do estado e federal, GIZ, IPAM Amazônia e parceiros, o Arapyaú discutiu pela primeira vez as análises de viabilidade econômica e as modelagens de sistemas agroflorestais (SAFs) com cacau elaboradas especificamente para o Pará.
Lançado em 2021, o estudo, que contou com o o apoio de pelo menos nove instituições e pesquisadores convidados, abrangeu o sul da Bahia e o Pará, mas até então o foco das discussões tinha sido o território baiano. “Os encontros em Altamira foram de grande relevância para trocas de experiências e produção de conhecimento, proposição de soluções em rede e o estabelecimento e reforço de parcerias”, diz Vinícius Ahmar, gerente de estratégia para desenvolvimento sustentável do Arapyaú.
O estudo de viabilidade busca ser uma fonte de informações atualizadas para produtores de cacau, técnicos, empresas e também instituições financeiras, com o propósito de aumentar a compreensão sobre a cadeia e suas peculiaridades. Graças a esse trabalho, o Arapyaú se tornou referência quando o assunto é viabilidade de sistemas agroflorestais com cacau.
De acordo com Ahmar, o papel do instituto foi consolidar dados e conhecimentos que estavam dispersos em um documento robusto e tecnicamente embasado para conseguir chegar a modelagens de viabilidade. “Essas análises são um primeiro consenso entre os diversos atores e técnicos para serem consideradas como um norte para implantações futuras. É um planejamento médio para a região, baseado nos conhecimentos que acumulamos sobre os dois territórios (Pará e Bahia)”. Por esse motivo, ele explica que é essencial o intermédio de assistências técnicas, para uma avaliação in loco de cada produção. “Quando se torna mais específico, para uma propriedade, por exemplo, é necessário fazer algumas análise do local, como clima, solo, relevo, disponibilidade hídrica, entre outros”, diz Ahmar.
Além de questões práticas como arranjo de campo, plantas por hectare e espaçamento, o estudo chega a definições de viabilidade financeira a partir de resultados como receita líquida média, custos diretos e indiretos e prazo para payback (que significa em quanto tempo os lucros trazidos pelo investimento cobrirão o valor aplicado inicialmente). No Pará, a pesquisa chegou em três modelos de sistemas agroflorestais: cacau, cacau e açaí e cacau e castanha-do-brasil; todos viáveis para a aplicação.
Vinícius explica que “os indicadores financeiros podem auxiliar o planejamento e a tomada de decisão de investidores e produtores, mas não são os únicos elementos a serem considerados”. A decisão entre os arranjos depende de diversos fatores, como o perfil e experiência do produtor, bem como o apoio de assistência técnica — citado anteriormente —, a estrutura e conhecimento para beneficiamento dos produtos, o acesso a mercados consumidores e a logística para comercialização.
Os principais desafios impostos nos sistemas de produção são os custos de investimentos e o payback descontado, que nem sempre são compatíveis com a realidade de pequenos produtores. Os custos podem chegar até R$ 20 mil reais por hectare e o prazo de retorno do valor aplicado pode ser de até nove anos. “Diante desse cenário, é essencial o estabelecimento de políticas que garantam o acesso a um crédito adequado com assistência técnica de qualidade, para que os produtores de pequenas propriedades possam implementar as melhores práticas de produção, visando aumento de produtividade e melhoria de qualidade, com segurança”, conclui.
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