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Renata Piazzon comenta sobre o encontro de organizações da filantropia internacional no Brasil para discutir a conexão entre clima e natureza

Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú. Crédito: Cauê Ito.

O Instituto Arapyaú recebeu, entre os dias 21 e 25 de outubro, um grupo de organizações de filantropia dedicadas à mitigação das mudanças climáticas. O objetivo do encontro foi debater temas estratégicos da agenda de clima e natureza, como justiça climática, conservação das florestas e a necessidade de transição nos sistemas alimentares. “Foi uma oportunidade de apresentar os projetos que o Arapyaú vem apoiando há mais de 15 anos na Mata Atlântica, no sul da Bahia. Tivemos a chance de levar um grupo de 10 organizações internacionais para visitar projetos locais e conhecer iniciativas na agenda de bioeconomia, sobretudo na cadeia do cacau”, conta Renata Piazzon, diretora-geral do Arapyaú.

Segundo ela, a reunião tratou de agendas tradicionalmente prioritárias, como energia e descarbonização, mas foram incluídos temas menos comuns nos debates, como florestas e uso da terra. “De modo geral, os diálogos foram guiados por uma perspectiva sistêmica, pelo esforço de reconhecer as diversas conexões entre as agendas, especificamente entre as ações para conter a mudança climática e as voltadas para a conservação da natureza. Com o fenômeno do overshooting [quando a temperatura da Terra ultrapassa um determinado limite por algum tempo e, depois, retorna a ele], o nexo entre esses dois pólos tornou-se mais evidente, algo que não era tão claro até pouco tempo atrás”, diz Renata.

O encontro evidenciou o interesse das filantropias internacionais em aprofundar o entendimento sobre o contexto brasileiro e as oportunidades de apoiar iniciativas no país. De acordo com Renata, está claro que o Brasil tem o potencial de se tornar um hub de soluções para uma economia net zero, que conserve a natureza e promova um desenvolvimento justo para todos. O principal desafio é, como sempre, a urgência de ação. 

“Será necessário um grande esforço de coordenação e investimentos significativos para assegurar que as transformações sejam realizadas com a intensidade e dentro do prazo exigido. Não há tempo a perder, e a palavra de ordem agora é implementação”, conclui. 

Giulie Carvalho

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