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Restauração florestal como estratégia para descarbonizar a construção civil

Pauta foi debatida por especialistas de todo o mundo durante o Wood Construction Global Meeting. Crédito: acervo.

A indústria da construção civil é a maior emissora de CO2 do planeta, ultrapassando automóveis e indústrias, de acordo com dados do Energy Information Administration. Para pensar em estratégias capazes de reverter esse cenário, especialistas de todo o mundo se reuniram no Wood Construction Global Meeting, em São Paulo, nos dias 13 e 14 de março. Entre os debates sobre como integrar a inovação tecnológica à biodiversidade tropical, consolidou-se uma certeza: o futuro da construção sustentável está intrinsecamente ligado ao uso da madeira. 

“De toda a cadeia construtiva, a madeira é o único material renovável. Além disso, as árvores fazem a captura de carbono, cada vez mais essencial para o equilíbrio ambiental”, explica Marcelo Aflalo, presidente do Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, que organizou o evento. 

Não à toa, países como Reino Unido ou Estados Unidos, com menor potencial florestal que o Brasil, têm apostado cada vez mais em construções com madeira. E dados apresentados nos painéis apontam que os países que mais usam esse material na construção civil são os que mais têm florestas preservadas. 

É por isso que o uso da madeira também se atrela à restauração florestal, com a recuperação de áreas degradadas. “Nos últimos dois ou três anos, grandes players do mercado financeiro investiram pelo menos R$3 bilhões em restauração florestal. Mas como vamos lidar com os produtos dessa restauração? É aí que entram a arquitetura, a engenharia e a tecnologia para dar esse uso final e sustentável à madeira”, defende Roberto Waack, presidente do Conselho do Arapyaú. 

Waack participou de um dos debates no evento e destacou alguns aspectos financeiros que atestam a viabilidade dessa conexão entre agendas: “Um fundo de investimentos voltado à agrofloresta para recuperação de ecossistemas degradados calculou que o retorno é capaz de superar, em dólar, os 15% ao ano. Isso é crucial para garantir a oferta de madeira em larga escala e, assim, viabilizar seu uso na construção civil.”

Esses e outros dados e exemplos apresentados no evento serão compilados em um documento com diretrizes para políticas públicas que será apresentado na COP 30, em Belém, em novembro deste ano. O objetivo, mais uma vez, é destacar o Brasil como protagonista de um futuro mais verde. 

Giulie Carvalho

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