Em colaboração com outras seis organizações da sociedade civil brasileira, o Instituto Arapyaú realizará o Fórum de Finanças Climáticas, um evento paralelo à reunião de ministros de Finanças do G20, agendada para fevereiro de 2024, em São Paulo. O propósito central desse encontro é consolidar a ponte entre crescimento econômico e uma transição ecológica justa e inclusiva. O anúncio foi feito no dia 3 de dezembro, em apresentação ao Ministério da Fazenda, em Dubai, durante a COP28.
Juntamente com Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia, o Arapyaú vai organizar uma série de iniciativas ao longo da agenda do G20, que desde dezembro está sob a liderança do Brasil. As ações vão seguir até a COP30, que ocorrerá entre novembro e dezembro de 2025, em Belém (Pará).
O circuito tem o objetivo de fomentar o debate sobre financiamento climático internacional, a reindustrialização verde e transição energética, e sobre como assegurar a participação de líderes brasileiros do governo, do setor privado e da sociedade civil em espaços internacionais de debate e decisão, entre outras metas.
“Estamos vivendo uma trilha de eventos e marcos políticos importantes, nos quais o Brasil tem sinalizando sua posição no mundo, com capacidade de liderar pelo exemplo. Temos demonstrado disposição para atuar numa agenda de implementação, podendo se beneficiar de uma mobilização em escala global para reunir fundos públicos, privados e filantrópicos para apoiar o financiamento e a implementação do Plano de Transformação Ecológica. Essa convocação internacional é essencial para tornar o plano uma realidade”
Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú
O ponto inicial dessas atividades será o Fórum de Finanças Climáticas, que reunirá integrantes do setor privado nacional e internacional, coalizões empresariais, sociedade civil, filantropia e organismos multilaterais. O objetivo principal é consolidar propostas inovadoras para destravar investimentos e financiamentos climáticos globais, em sintonia com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda.
Lívia Pagotto, secretária-executiva da Uma Concertação pela Amazônia, reforça a urgência de o Brasil se colocar como negociador de ações e metas que vão impulsionar o cumprimento da agenda do clima. “É urgente criar pontes entre o desenvolvimento com crescimento econômico associado a uma perspectiva sustentável e inclusiva da agenda climática. A liderança do Brasil no G20 e a realização da COP no país trazem uma oportunidade única de apresentar o Brasil como líder global na transição para uma economia justa e de baixo carbono e no enfrentamento às mudanças climáticas, impulsionando de fato essas agendas no país”, afirma.
Nas sessões, estão previstas discussões para a construção de propostas inovadoras para destravar a agenda de investimentos e financiamento climático; o impacto dos pacotes econômicos sustentáveis globais (como o IRA e o Green New Deal europeu) na competitividade e no custo para setores econômicos brasileiros na transição para uma economia de baixo carbono e as ações intersetoriais para lidar com estes desafios; como acelerar a descarbonização industrial global e apresentar o potencial das Soluções Baseadas na Natureza e de desenvolvimento de projetos de bioeconomia; para alertar sobre a urgência de ações de adaptação climática, entre outros temas.