A iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, em parceria com o portal Página22 e com a Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), realizou, em abril, o primeiro de uma série de webinars sobre as várias Amazônias. Os encontros serão virtuais e devem acontecer ao longo de 2023. A proposta é aproximar as realidades diversas da Amazônia Legal e identificar caminhos para o desenvolvimento da região.
O encontro inaugural do “Notas Amazônicas” abordou o valor da inovação para o desenvolvimento do território, dialogando com as grandes empresas, mas também com os pequenos e médios negócios locais. “A inovação é chave para qualquer empreendedor dar o salto tecnológico de que muitas vezes precisa para agregar mais valor ao seu produto e, consequentemente, mais riqueza local, conciliando produção com conservação e com o fortalecimento de uma economia da Amazônia”, disse Lívia Pagotto, secretária-executiva da Concertação, em sua fala de abertura.
Participaram do evento o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii, Fabio Stallivieri, o gerente de Mobilização Empresarial da Embrapii, José Menezes, o CEO da startup Amazonly, José Cláudio Louzada Balducci, a gerente do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia do BNDES, Thaissa Ferreira de Sousa, e o diretor de Inovação em Bioeconomia do Idesam, Carlos Gabriel Koury.
Abrindo o debate, Thaissa apresentou a agenda de Bioeconomia Florestal do BNDES, que tem por intuito a preservação de florestas nativas e o desenvolvimento de cadeias produtivas mais inclusivas. Também apontou alguns dos instrumentos do banco que viabilizam a inovação e soluções que podem transformar a bioeconomia em realidade.
Em seguida, Fabio Sallivieri e José Menezes apresentaram a Embrapii, que tem uma parceria com o BNDES na área de Bioeconomia Florestal e um contrato com o governo federal para ajudar o setor empresarial a se tornar mais inovativo. O modelo de atuação é baseado na interação das organizações com as unidades de pesquisa da Embrapii, com investimentos (em parte não reembolsáveis) que reduzem os riscos e os custos de projetos. Hoje, a Associação tem 96 unidades credenciadas em todo o território nacional e já apoiou mais de 2 mil projetos, totalizando R$ 2,8 milhões investidos. Mais da metade estão vinculados à inovação verde.
A startup do Amapá Amazonly, produtora de alimentos sustentáveis, foi o principal case de inovação do encontro. Atualmente, ela executa um projeto em parceria com a Embrapii e com o BNDES de avaliação de diferentes processos de aproveitamento de resíduos oriundos da extração de óleos vegetais e produção de manteiga.
Carlos Koury, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) — importante organização da sociedade civil com vasta atuação no território —, trouxe uma perspectiva da necessidade de um ambiente amazônico propício para que o desenvolvimento aconteça. Ele defendeu que é necessário traduzir as transformações, sobretudo tecnológicas, para as realidades amazônicas e das cadeias de produção, com o objetivo de agregar valor aos produtos e amenizar os gargalos do território. A organização incuba negócios e fomenta pequenas empresas e projetos de impacto, em desafios tecnológicos e soluções inovativas. Depois das falas iniciais, os convidados responderam perguntas do público.
Assista ao “Notas Amazônicas – O valor da inovação para o desenvolvimento das Amazônias” e leia a cobertura do evento na Página22: Floresta nova em folha.
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