O Centro de Convenções de Ilhéus (BA) foi palco do 6º Fórum Anual do Cacau, um dos mais prestigiados eventos de sustentabilidade do setor no Brasil. Nos dias 20 e 21 de julho, o evento reuniu lideranças, especialistas e produtores com o objetivo de disseminar conhecimento, partilhar cases de sucesso e debater soluções para a construção de um setor cacaueiro mais próspero e sustentável.
Promovido pela CocoaAction Brasil, o Fórum Anual do Cacau coincidiu com a 30ª edição do Chocolat Festival, ampliando o alcance do evento para a indústria do cacau no país. Durante os dois dias do Fórum, discutiu-se a demanda global por sustentabilidade e oportunidades para o cacau do Brasil, os desafios sociais e a promoção de ações para o desenvolvimento da cacauicultura.
Em um dos painéis, no primeiro dia do evento, Thais Ferraz, diretora do Arapyaú, abordou as agendas do mercado de carbono e restauração de áreas degradadas. “A grande questão é como a gente usa o contexto dessas agendas como uma oportunidade para a cadeia do cacau no Brasil. Sabendo que grande parte da produção aqui já acontece em sistemas agroflorestais, ajudando na manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica e Amazônia, como a gente usa esses benefícios como uma vantagem competitiva?”, questionou.
Em seguida, Thais apresentou os desafios da cadeia e mecanismos inovadores como o modelo do CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) sustentável desenvolvido pelo Arapyaú com parceiros e emitido pela Tabôa Fortalecimento Comunitário. “Se tivermos um olhar integrado, combinando diversos tipos de investimento, conseguimos ampliar o impacto e fazer com que a cadeia do cacau se torne referência em bioeconomia”, concluiu.
A Tabôa apresentou com detalhes o instrumento e os resultados da primeira rodada do CRA no segundo dia do evento. A palestra foi conduzida por Roberto Vilela, diretor da instituição, acompanhado por Luciano Ferreira, produtor rural do Assentamento Dois Riachões, beneficiado com o crédito. Também no segundo dia do Fórum, Marisa Fonseca, bióloga coordenadora dos estudos do MapBiomas Cacau, falou sobre o mapeamento do cacau sombreado e seus desafios no sul da Bahia.