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dezembro 2, 2025

Livros e estudos projetam o papel do Brasil na transição climática global

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Nosso impacto

O que o Instituto Arapyaú está fazendo para impulsionar o desenvolvimento sustentável 
na Amazônia?

Na COP30, as publicações apoiadas pelo Instituto Arapyaú mostraram como soluções baseadas na natureza, cultura e ciência podem guiar o Brasil rumo a um futuro regenerativo e de baixo carbono. Foto: Acervo.

As principais agendas do Instituto Arapyaú foram refletidas em diversas publicações apresentadas na COP30. O documento “Soluções baseadas em territórios”, idealizado pela Visão Coop (iniciativa que conecta comunidades e cientistas com tecnologias para construir inteligência coletiva), com apoio do instituto, foi apresentado no evento, reunindo experiências territoriais de mitigação, adaptação e regeneração lideradas por comunidades em diferentes biomas brasileiros. A iniciativa conta com uma plataforma digital interativa que sistematiza essas soluções e permite sua replicação e conexão com outros territórios, ampliando o impacto e o alcance das ações locais. Essa publicação conversa diretamente com o trabalho que vem sendo feito nos últimos meses, em parceria com o Instituto Itaúsa, para dar visibilidade às soluções brasileiras baseadas na natureza, como os relatórios “Soluções em Clima e Natureza do Brasil” e “Soluções Brasileiras para desafios Globais”, que reúne os finalistas nacionais do Earthshot Prize, uma das principais premiações ambientais do mundo.

Belém também foi palco dos lançamentos dos livros “Floresta na Boca”, da chef Bel Coelho, e “Amazônia de boca a boca — ingredientes, gentes e floresta”. O primeiro, que teve o apoio do Arapyaú, é um mergulho nos sabores desse bioma e registra saberes de povos ribeirinhos, indígenas e quilombolas no uso de ingredientes como açaí, cacau e mandioca. Na obra, que tem prefácio de Marina Silva, a chef explica como esses produtos da floresta influenciam sua gastronomia e de que maneira a comida também é uma ferramenta para valorizar a manter a floresta em pé. 

Já o segundo livro, uma realização do próprio Instituto Arapyaú, traz um mapeamento de dezenas de ingredientes e produtos da bioeconomia amazônica, como camburi, andiroba e babaçu. A publicação é parte de um trabalho maior da filantropia com o setor privado de fortalecimento dessas cadeias como parte essencial de uma economia florestal, que valoriza a cultura, a biodiversidade e promove justiça climática.

O cacau brasileiro foi investigado no documento “State of the art on cocoa cultivation in Brazil” (Estado da Arte sobre o Cultivo de Cacau no Brasil), que reúne informações técnicas e científicas sobre os sistemas agroflorestais (SAFs) no país e propõe caminhos para uma produção sustentável e de baixo impacto ambiental. Elaborado pelo Arapyaú, pela Embaixada do Reino dos Países Baixos, pela Universidade de Santa Cruz (Uesc) e pela Conservation International Brasil, o estudo apresenta o cacau brasileiro como um modelo global de produção sustentável há mais de 270 anos (o cultivo no país começou em 1746), com potencial para retomar a posição da nação entre os principais produtores do mundo. 

Natureza

Como parte da agenda de restauração, o Arapyaú somou-se a uma coalizão de organizações — Instituto Itaúsa, Ibá, Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Imazon, Amazônia 2030, CEBDS, Uma Concertação pela Amazônia e Revista Página 22 — para  elaborar o  estudo “O protagonismo das florestas brasileiras na agenda climática global”, que apresenta projeções até 2035 e mostra como o Brasil pode ampliar seu estoque de carbono por meio da conservação, da restauração florestal e da silvicultura. De acordo com o levantamento, é possível restaurar e ampliar as áreas de florestas nativas e plantadas sem competição com terras destinadas à produção de alimentos, inclusive com possibilidade de expansão da produção agropecuária, a partir de um conjunto de iniciativas públicas e privadas que já estão em curso. Assim, o país pode ganhar oito milhões de hectares de florestas, equivalente à área de duas Suíças, em 10 anos. 

“Os resultados do estudo reforçam a relevância do Brasil como uma potência florestal e climática, com papel estratégico para o planeta à medida em que contribui para mitigar as mudanças do clima, frear a perda de biodiversidade e garantir os serviços ecossistêmicos que sustentam a vida na Terra, no Brasil e a própria economia global”, diz Roberto Waack, presidente do Conselho do Instituto Arapyaú. 

Ainda durante a COP30, foi lançado, pela editora Jandaíra, o livro “A Era da Natureza”, tradução do original em inglês Becoming Nature Positive, organizado por Marco Lambertini, que propõe repensar, em múltiplas linguagens, o que significa habitar este planeta de forma regenerativa. A edição brasileira traz 16 artigos inéditos que versam sobre ciência, economia, política e saberes ancestrais, revelando que a natureza é o único caminho para um futuro sustentável. 

“O livro trata desde a compreensão da natureza como agente político, com papel central nas estratégias de segurança e soberania dos países, até a ideia de que a verdadeira mudança começa em nós, ao reconhecermos que fazemos parte da própria natureza”, explica Lívia Pagotto, diretora institucional do Arapyaú. Segundo ela, a proposta não é oferecer conclusões, mas compartilhar visões contextualizadas, caminhos já percorridos e provocações urgentes sobre os limites e as possibilidades de uma nova relação entre humanidade e natureza. A obra está à venda em diferentes livrarias.

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