A diretora-executiva do Instituto Arapyaú, Renata Piazzon, e a coordenadora executiva da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Laura Lamonica, reuniram-se, em abril, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília (DF). O encontro girou em torno de quatro temas: filantropia, bioeconomia, restauração e regulação do mercado brasileiro de carbono.
Na ocasião, em função da viagem diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, Alckmin estava como presidente em exercício. O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MIDC, Rodrigo Rollemberg (PSB), e o diretor de Gestão Corporativa da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Floriano Pesaro, acompanharam o ministro na reunião.
Lamonica apresentou o documento “O Brasil que vem: propostas para a agenda agroambiental do país a partir de agora”, que reúne uma série de medidas voltadas à agropecuária sustentável, que podem ser tomadas pelo governo ao longo do mandato. Como representante do Arapyaú, Piazzon falou sobre filantropia e sobre os três grandes focos estratégicos do instituto: redes, bioeconomia e desenvolvimento territorial, com destaque para as ações da organização no território da Amazônia Legal.
As lideranças enfatizaram a importância da sustentabilidade para a economia do país, dialogando com as prioridades do Ministério. “Desse encontro, surgiu o convite para a Coalizão Brasil e o Arapyaú contribuírem em um processo de escuta do governo sobre mercado de carbono”, diz Lamonica.
O MDIC, em articulação com a Casa Civil e os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, estariam construindo um texto substitutivo para o Projeto de Lei do mercado regulado de emissões de carbono no Brasil. Na reunião, o governo indicou que a Coalizão se articulasse com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) para elaborar uma contribuição.
No tópico de bioeconomia, Alckmin e Rollemberg contaram que está em processo a reestruturação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus. Segundo Laura Lamonica, um decreto para qualificar uma nova gestão para o centro deve ser publicado em breve. A medida vai criar uma personalidade jurídica própria para o CBA — antes vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) —, o que daria autonomia para captar recursos públicos e privados e ampliar suas atividades. “Em vez de trazer novas estruturas para a Amazônia para o desenvolvimento de bioeconomia — não só do ponto de vista de ciência e tecnologia, mas também de pesquisa aplicada —, o governo quer aproveitar uma estrutura existente e que pode ter sua gestão aprimorada”, conta Lamonica.