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Arapyaú participa de esforço que leva crédito a agricultores do Sul da Bahia

Produtores assinam o contrato para a liberação de crédito.

Um esforço conjunto viabilizou a liberação de créditos de custeio e investimento em cacau do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no Banco do Brasil, para 20 famílias de agricultores de cinco municípios do Sul da Bahia. A conquista é um marco para a região, já que há quase 20 anos agricultores familiares não obtinham acesso a esse tipo de recurso através do Banco do Brasil.

O Instituto Arapyaú fez parte da iniciativa que reuniu a Associação Cacau Sul Bahia – gestora do selo Indicação Geográfica Sul Bahia (IG), que protege produtos ou serviços e o seu local de origem, garante rastreabilidade e qualidade do produto –, as cooperativas Coopercentrosul (Cooperativa de pequeno produtor de cacau, mandioca e banana do Centro Sul da região cacaueira) e Coopessba (Cooperativa de serviços sustentáveis da Bahia), Banco do Brasil, Governo do Estado da Bahia, Conselho Municipal de Agricultura e Pesca Sustentável de Ilhéus (Conderupes), Instituto Humanize e Instituto Conexões Sustentáveis (CONEXSUS).

No dia 29 de junho foram assinadas as seis primeiras operações de crédito para custeio e investimentos, com um valor médio de R$ 70 mil.  Outras 14 operações estão em análise no Banco do Brasil e outros 15 produtores já solicitaram acesso ao projeto. O valor total dos financiamentos poderá chegar a R$ 1,4 milhão.

“Esta iniciativa reinicia uma relação de confiança entre os agentes financeiros e produtores de cacau, estimulando a retomada na dinamização da produção primária”, indica Ricardo Gomes, gerente do programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú. “Acesso a financiamentos para custeio e investimento em qualquer atividade do agronegócio é fundamental para consolidar a sustentabilidade agrícola e o cacau não é uma exceção a essa regra”, completa.

“O acesso a crédito por produtores de cacau hoje no Brasil é praticamente irrisório. Há muitos anos, pequenos e médios produtores não conseguem acessar esse recurso”, explica Grazielle Cardoso, analista do programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia. “No caso do Sul da Bahia, os produtores vivenciam um longo período de baixa produtividade, que reflete em baixa renda, havendo uma perpetuação de um estado de pobreza na região. Entre os principais fatores para isso está a falta de recurso financeiro e de assistência técnica”, explica Grazielle.

O diretor executivo da IG Cacau Sul da Bahia, Cristiano Sant’Ana, também destacou a importância da ação: “Este é mais um passo importante que comprova a necessidade do trabalho cooperativo em nossa região, além de demonstrar a capacidade de articulação e agregação de resultados promovida pela Indicação Geográfica Cacau Sul da Bahia”.

Esta atividade faz parte do conjunto de ações complementares programadas para os projetos do Programa Alianças Produtivas, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo do Estado da Bahia. No projeto, adota-se o conceito de Aliança Produtiva Territorial como sendo a efetivação de parcerias comerciais qualificadas e duradouras entre uma ou mais Organizações Produtivas da Agricultura Familiar e o Setor Privado, com o propósito de garantir acesso a mercados para os produtos da agricultura familiar.

Angélica Anunciação, diretora da Coopercentrosul, destaca que “os recursos da Aliança Produtiva permitem estruturar as cooperativas para dar produtividade e qualidade a essa produção, com aquisição de equipamentos, melhoria da logística e da assistência técnica, tornando-se uma oportunidade para agricultura familiar produzir e comercializar com maior valor agregado”.

Carmen Guerreiro

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