As urgências geradas pela crise da covid-19 impulsionaram o Instituto Arapyaú, mais uma vez, a fortalecer seu papel de articulador, na busca por diálogo, cooperação e impacto social, conforme mostra o Relatório de Atividades do último ano.
Em rede com parceiros atuantes na linha de frente do combate à pandemia, o Arapyaú viabilizou doações de insumos básicos – como alimentos e equipamentos de proteção individual – a populações vulneráveis do sul da Bahia, e indígenas e ribeirinhos de áreas de difícil acesso na Amazônia.
O instituto também ajudou na construção do CoronaCidades, plataforma tecnológica de apoio às gestões municipais. Nela, os gestores puderam, gratuitamente, acessar análises sobre o avanço da covid-19 em seus municípios, a partir da associação de dados abertos de transmissão do vírus e ocupação de leitos hospitalares, por exemplo.
Ainda, o ano foi marcado pela priorização de dois territórios para o Arapyaú em sua agenda programática: o sul da Bahia e a Amazônia. Ricas em biodiversidade, essas áreas se destacam para o Instituto pelos desafios de sustentabilidade que apresentam: na Bahia, o desenvolvimento da lavoura cacaueira tem alta relevância socioeconômica e ambiental. Na Amazônia, o desmatamento crescente nos últimos dois anos reforça a necessidade de conservação da maior floresta tropical do mundo.
Foi nesse contexto que o Instituto foi parte importante do surgimento de Uma Concertação pela Amazônia. O movimento nasceu com o objetivo de institucionalizar o debate sobre a região, e já conta com mais de 250 lideranças de diversos campos: acadêmicos, empresários, gestores públicos, ONGs e representantes de populações originárias, dentre outros. Reunidos em grupos de trabalho temáticos, os participantes da Concertação têm se debruçado sobre o desenho de um modelo de desenvolvimento que equilibre os aspectos social, ambiental e cultural da região.
No tema da bioeconomia, por exemplo, o grupo produziu em 2020 um framework de oportunidades que levam em consideração a agropecuária tradicional, a silvicultura de florestas nativas e sistemas agroflorestais. A Concertação também mapeou, por meio de pesquisadores parceiros do iCS, do Humanize, do IDESAM e do GIFE, o volume de recursos públicos e filantrópicos que chegam à Amazônia e como são priorizados.
No sul da Bahia, uma parceria entre o Instituto Arapyaú, o Instituto Humanize e a ONG Tabôa deu origem a uma operação inédita de custeio da produção de cacau, com foco em pequenos produtores e agricultores familiares. A partir da captação mista de investimentos de mercado e aportes filantrópicos, a organização estruturou um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) atrelado à geração de impacto socioambiental positivo aos produtores beneficiados pelo crédito. O último ano também marcou a implementação de um novo modelo de gestão interna do instituto, que privilegia um processo de tomada de decisão colegiado e horizontal – menos hierárquico e vertical. Isso inclui o apoio direto de um Steering Committee – comitê diretivo formado por especialistas nas áreas de atuação do Arapyaú – e do próprio Conselho de Governança da entidade.
Acesse o Relatório de Atividades de 2020.