A abrangência da bioeconomia vai desde setores da economia que fazem uso sustentável de recursos naturais – incluindo áreas da agricultura, pesca e silvicultura – até a produção de alimentos, medicamentos e bioenergia. Ela movimenta US$ 4 trilhões, podendo chegar a US$30 trilhões, cerca de um terço da economia global até 2050, de acordo com o Banco Mundial. O seu desenvolvimento nos 20 países mais ricos do mundo (G20) foi mapeado no relatório técnico “A bioeconomia global”, desenvolvido pela Nature Finance em parceria com IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (Fundação Getúlio Vargas), com apoio de uma dezena de instituições, entre elas, o Instituto Arapyaú.
Responsáveis por aproximadamente 75% das emissões globais de gases de efeito estufa e 80% da economia mundial, a atuação dos países do G20 está nas áreas de biotecnologia, uso sustentável da biodiversidade e desenvolvimento sustentável, de acordo com o relatório. O documento destaca, no entanto, a importância de ampliar as iniciativas internacionais e os investimentos em bioeconomia para frear as emissões e, ao mesmo tempo, garantir prosperidade econômica com base no desenvolvimento sustentável.
Na presidência do G20 até o final deste ano, o Brasil tem feito sinalizações positivas à bioeconomia, que encontra campo fértil na Amazônia e em outros biomas do país. O governo federal colocou a iniciativa de Bioeconomia na pauta da declaração final da reunião dos líderes do grupo, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro, com o argumento de que o aquecimento global e o esgotamento do planeta requerem que a humanidade repense as relações econômicas. É a primeira vez que o tema será debatido num foro multilateral exclusivo.
Em território nacional, uma das áreas com maior potencial na bioeconomia é a de energia alternativa, de acordo com o relatório. Os biocombustíveis são apontados como uma alternativa sustentável importante para redução das emissões de gases do efeito estufa no país. O Brasil pretende, inclusive, aproveitar os encontros do G20 para avançar em certificações de sustentabilidade para a bioenergia.
As conclusões do estudo “A Bioeconomia Global” endossam essa e outras discussões em torno do tema e reforçam a importância da cooperação internacional e o potencial da área na desaceleração do desmatamento e no desenvolvimento econômico sustentável no sul global. Entre as resoluções, há uma certeza: a bioeconomia é um tema estratégico para o desenvolvimento sustentável da economia, ciência e inovação de todos os países.
Leia o relatório completo aqui.
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