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Brasil dá mais um passo rumo à Política Nacional de Bioeconomia

Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio) ganhou força durante a realização do Painel Técnico-Científico de Bioeconomia, em Brasília. Crédito: acervo.

Com potencial de movimentar US$284 bilhões por ano até 2030, a bioeconomia tem estado no centro de debates governamentais sobre desenvolvimento baseado na natureza e na sustentabilidade. Em junho, o lançamento da Estratégia Nacional de Bioeconomia selou o compromisso de promover o uso sustentável dos recursos naturais e impulsionar a inovação neste setor estratégico. No início de outubro, um novo passo foi dado nesse sentido: a realização do Painel Técnico-Científico de Bioeconomia. Durante os dias 8 e 9, autoridades, lideranças políticas, cientistas e pesquisadores se reuniram em Brasília para debater, de forma colaborativa, subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio).

O foco do Painel foi o levantamento dos principais desafios e oportunidades que se apresentam para o desenvolvimento de sistemas de informação, conhecimento e planejamento em bioeconomia, além de identificar os principais desafios e oportunidades que possibilitem ao PNDBio contribuir com os campos da biomassa, da biomanufatura industrial, da biotecnologia, da bioeconomia florestal e da sociobioeconomia.

“Tenho certeza de que, com a experiência de cada um, vamos avançar num momento de construção de políticas importantes para o país, como a Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, a Estratégia Nacional de Economia Circular, de Economia de Impacto e de Descarbonização. A Estratégia Nacional de Bioeconomia pode ser o eixo condutor de todas essas políticas”,

Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde. 

O Instituto Arapyaú participa do consórcio UK Pact –, programa que é carro-chefe do International Climate Finance (ICF) –, ao lado da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e da The Nature Conservancy Brasil. Esse grupo tem se dedicado a prestar apoio técnico à Secretaria de Bioeconomia, do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, responsável por executar as políticas públicas relacionadas à iniciativa. “É muito importante fazer essa construção ampla e participativa para ajudar o Brasil a crescer no movimento sustentável”, comenta Victor Ferraz, coordenador de Bioeconomia do Instituto Arapyaú. 

Durante os dois dias de encontros e debates, foi discutido o potencial do Brasil no desenvolvimento da bioeconomia ecológica devido à sua grande biodiversidade, além da bioeconomia de biomassa, graças à quantidade de florestas e vocação agrícola do país. “Já para a biotecnologia, nós temos uma estrutura de centros de ciência e tecnologia, mas que precisa de investimentos para avançar”, pontua Victor. Segundo ele, tornar a bioeconomia competitiva diante do modelo de desenvolvimento tradicional requer políticas como uma regulação tributária específica para um setor que não tem impactos ambientais negativos. 

Victor enfatiza que o principal objetivo é tornar a Estratégia Nacional de Bioeconomia a principal política pública para o desenvolvimento econômico pautado na sustentabilidade, atrelado a um plano de transformação ecológica e com integração de vários setores, incluindo a filantropia. “O Arapyaú dará apoio durante todo o trabalho da Comissão Nacional de Bioeconomia, oferecendo, inclusive, suporte técnico para a construção dessa política”, garante.

Giulie Carvalho

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