Testemunhar os resultados práticos do CRA Sustentável, compreender os desafios e a experiência de agricultores familiares do sul da Bahia com a produção de cacau foi o principal objetivo da visita da fellow do Instituto Arapyaú, Izabella Teixeira, e da cientista política Mônica Sodré ao território no mês de março. Orquestrada pelo Arapyaú, a imersão foi acompanhada pela diretora Renata Piazzon, pelo gerente de Desenvolvimento Territorial, Ricardo Gomes, e pelo gerente de Estratégia para Desenvolvimento Sustentável, Vinícius Ahmar. O roteiro incluiu o Assentamento Dois Riachões, no município de Ibirapitanga, o Centro de Inovação do Cacau (CIC) e a Agrícola Conduru, com a experiência Dengo Origem.
O intuito do Arapyaú é ampliar o acesso, sobretudo de agricultores de assentamentos, a políticas públicas já existentes, visando o aumento da renda e melhoria das condições de vida no campo, incluindo assistência técnica e acesso a crédito.
“Procuramos identificar e pensar em soluções para superar as barreiras que impedem um acesso eficiente a políticas públicas, a exemplo daquelas voltadas para a comercialização de produtos agrícolas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Buscamos entender como essas políticas podem ser acessadas para garantir uma melhoria de renda associada à atividade do cacau”, afirma Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.
Ao conhecer de perto o modo como agricultores familiares estão conduzindo a produção sustentável de cacau na Bahia, é possível levar o exemplo adiante e, eventualmente, buscar parcerias que viabilizem a replicação desse modelo em outros territórios. “Foi uma visita surpreendente porque vi na prática o impacto do Programa Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que ajudei a criar em 2012 junto com a então ministra Tereza Campello”, conta Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente. “Esse programa orientou e segue orientando os assentados de Dois Riachões. A agroecologia foi implementada pelas 40 famílias do assentamento e traduzida na cultura do cacau, junto com a restauração da mata de cabruca associada à Mata Atlântica.”
Desde o assentamento, passando pelo CIC, que analisa a qualidade e certifica o cacau, até a fazenda onde acontece a experiência turística Dengo Origem, a comitiva do Arapyaú pôde acompanhar todas as etapas da cadeia de produção do cacau sustentável da Bahia e entender como os setores se conectam dentro do ecossistema.
“Além de transformar as próprias realidades, esses produtores transformam realidades ambientais, sociais e econômicas. A filantropia entra e apoia o processo de certificação, de produção, de qualificação de mão-de-obra e de crédito. E isso acaba se alinhando também com os interesses do setor privado, que compra esse cacau e o transforma em um chocolate de alta qualidade, ao mesmo tempo em que valoriza seus fornecedores estratégicos”, comenta a ex-ministra.
Lançamento do Relatório de Atividades 2024 do Instituto Arapyaú. Crédito: Divulgação Em um mundo que…
Exibição do mini-documentário “Tons da Amazônia” no Sesc Ver-o-Peso, em Belém (PA). Crédito: Divulgação “Amazônia…
II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza. Crédito: Divulgação Debater modelos financeiros e políticas…
Roberto Waack, Renata Piazzon, Julia Dias Leite e Izabella Teixeira estiveram ao lado de André…
Cooperação vai ao encontro da meta nacional de restaurar 12 milhões de hectares de matas…
Parceria pretende beneficiar diretamente 360 famílias produtoras de cacau do sul-baiano. Crédito: acervo. O Projeto…