O 2º Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza reuniu especialistas, filantropia, mercado e autoridades políticas para debater a relação entre crescimento econômico e preservação ambiental. Crédito: Acervo
Conectar clima, natureza e capital financeiro. Esse foi o principal objetivo do 2º Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, que aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27 de maio, e que reuniu diversos atores da filantropia, do mercado de capital privado e autoridades políticas, incluindo a cúpula da COP30. Organizado pelo Instituto Arapyaú, Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia, o evento teve como eixo central a relação entre preservação ambiental e crescimento econômico, com destaque para o impacto dos ecossistemas na economia global e nas políticas públicas.
Ana Toni, diretora da COP30, que acontecerá em novembro em Belém (PA), aproveitou a ocasião para reforçar que o Brasil tem mobilizado esforços diplomáticos e políticos para garantir recursos à altura dos desafios da descarbonização. Ela cobrou, mais uma vez, responsabilidade dos países mais ricos: “Conseguir um maior fluxo de financiamento dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento não é boa ação, bondade, caridade. O interesse em mobilizar até 1,3 trilhão de dólares para os países em desenvolvimento deveria ser dos desenvolvidos, que não estão liberando esse recurso”.
Um dos principais focos da presidência brasileira na Conferência do Clima é a articulação de um plano estratégico para viabilizar a mobilização desse capital (US$1,3 trilhão por ano até 2035), com o objetivo de apoiar países em desenvolvimento na transição para uma economia de baixo carbono. A COP 29, realizada em Baku (Azerbaijão), aprovou um compromisso de US$300 bilhões anuais a partir de 2035 — valor significativamente inferior —, mas o Brasil defende uma ambição maior no financiamento climático.
Renata Piazzon, diretora-geral do Arapyaú, lembrou que a filantropia global destina, anualmente, US$10 bilhões para o financiamento climático, mas apenas US$100 milhões chegam ao solo nacional. “É urgente acelerarmos a mobilização de recursos e, mais que isso, garantir que eles cheguem aos lugares necessários”, disse ela, durante o painel “Desafios de Financiamento : O Que Esperar da COP30”.
“A COP de Belém deve ser uma COP da implementação, temos que olhar para os projetos que já existem, fomentá-los e, com bons resultados, atrair mais investimento para iniciativas como essas. No Brasil, temos a mais ampla gama de tecnologias e soluções baseadas na natureza e temos escala”, reforçou Dan Ioschpe, High Level Climate Champion, que participou do mesmo debate.
Já Marcele Oliveira, Youth Climate Champion, argumentou que as conversas sobre financiamento climático também devem incluir o combate ao racismo ambiental e a promoção da justiça climática, ampliando a diversidade de vozes nessas agendas. “Quando as juventudes indígenas, ribeirinhas e tradicionais vêm participar do debate do clima, são recebidas com uma narrativa do fim do mundo, mas as conversas sobre financiamento apontam para a frente, para o que vamos fazer. É preciso chamar essas juventudes para sentar à mesa e ajudar a construir esse horizonte. O financiamento climático deve ser transparente, equitativo, participativo e dialogar com os jovens”, defendeu.
Segundo Marcele, a primeira COP a ser realizada na Amazônia é uma oportunidade de valorizar a sociobiodiversidade nas agendas do clima e da natureza e impulsionar investimentos em educação climática, algo alinhado com as expectativas de André Corrêa do Lago, presidente da conferência em Belém. “Queremos que essa COP mostre soluções para converter compromissos em resultados”, disse o embaixador, ao pontuar que os países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC) assinam documentos, mas muitas vezes isso não se reflete em ação.
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