Dona da maior biodiversidade do planeta, a Amazônia pode ser solução e um caminho de desenvolvimento para o país e para o mundo. Mas, para isso, afirmaram os participantes do evento, a população local precisa ser colocada no centro. Hoje, a Amazônia Legal, que compreende nove Estados, tem o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, segundo dados de 2019 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
“A maior parte da solução deve vir da Amazônia e para a Amazônia”, defendeu Fernando Russo, fundador da empresa de investimentos Meraki Impact, reforçando a necessidade de se desconstruir a prática de produção herdada dos tempos de colonização, baseada na destruição e na retirada de recursos sem a preocupação com o desenvolvimento regional.
Bioeconomia: desafios e potencialidades
Renata Piazzon, diretora do programa Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú e secretária executiva da Concertação, falou da necessidade de uma visão integrada que valorize a parceria entre setores e o uso estratégico de recursos na Amazônia. No último ponto, destacou a importância do capital filantrópico, que, segundo ela, é tático para auxiliar na estruturação de novos modelos.
Para Renata, também é necessário dar visibilidade aos negócios que já se mostram viáveis. Um dos exemplos é a Manioca, empresa que encontrou nos ingredientes tradicionais da Amazônia, como a mandioca e o cupuaçu, uma forma de fortalecer a agricultura familiar e de gerar impacto sustentável na região. A CEO da empresa, Joanna Martins, integrante do GT de Bioeconomia da Concertação e também uma das convidadas do encontro, argumentou que é preciso escutar mais a população da Amazônia, valorizar o que existe, incentivar o novo e calibrar as métricas de sucesso para a região.
Chamada de negócios AMAZ
O encontro também tinha o objetivo de divulgar a chamada da aceleradora AMAZ para negócios impacto positivo, com inscrições abertas até 4 de maio. A ideia é atrair negócios que geram soluções para os principais problemas sociais e ambientais da Amazônia em setores como alimentação, moda, serviços ambientais, extrativismo, transporte, tecnologia, entre outros. Os selecionados vão participar de uma jornada de aceleração, com mentoria, apoio jurídico e investimentos de até R$ 600 mil.
Coordenada pelo Idesam, a AMAZ conta com um fundo de financiamento híbrido (blended finance) de R$ 25 milhões para investimento.
Saiba mais sobre a chamada de negócios 2022 da AMAZ.
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