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Como negócios de impacto podem ajudar a construir uma nova economia na Amazônia

Inovação, empreendedorismo e bioeconomia foram os temas da live promovida em abril pelo Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia) e pela aceleradora AMAZ, em parceria com a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia e pela revista Página22. No debate, foi destacada a importância do papel de empreendedores e de empresas para a criação de um novo modelo socioeconômico para a região norte do país. 

Mariano Cemano, cofundador do Idesam e CEO da AMAZ, apontou os negócios de impacto como peças fundamentais no processo para se conciliar desenvolvimento econômico, conservação das florestas e redução de desigualdades. Além de discutir desafios e oportunidades na Amazônia, o evento teve como objetivo divulgar a chamada da aceleradora AMAZ para negócios impacto positivo, que está com as inscrições abertas (mais informações abaixo). 

Para o empresário Denis Minev, diretor-presidente da varejista Bemol e integrante da Concertação, a resposta para o desmatamento, que em 2021 teve a maior taxa dos últimos 15 anos, passa pela prosperidade e pelo fortalecimento do ecossistema de negócios sustentáveis.

Não existe colocar uma cerca em volta da floresta e mantê-la preservada enquanto tem pobreza e todo o tipo de mazelas ao redor” 

Denis Minev, diretor-presidente da varejista Bemol e integrante da Concertação

Dona da maior biodiversidade do planeta, a Amazônia pode ser solução e um caminho de desenvolvimento para o país e para o mundo. Mas, para isso, afirmaram os participantes do evento, a população local precisa ser colocada no centro. Hoje, a Amazônia Legal, que compreende nove Estados, tem o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, segundo dados de 2019 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 

“A maior parte da solução deve vir da Amazônia e para a Amazônia”, defendeu Fernando Russo, fundador da empresa de investimentos Meraki Impact, reforçando a necessidade de se desconstruir a prática de produção herdada dos tempos de colonização, baseada na destruição e na retirada de recursos sem a preocupação com o desenvolvimento regional. 

Bioeconomia: desafios e potencialidades

Renata Piazzon, diretora do programa Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú e secretária executiva da Concertação, falou da necessidade de uma visão integrada que valorize a parceria entre setores e o uso estratégico de recursos na Amazônia. No último ponto, destacou a importância do capital filantrópico, que, segundo ela, é tático para auxiliar na estruturação de novos modelos.  

Para Renata, também é necessário dar visibilidade aos negócios que já se mostram viáveis. Um dos exemplos é a Manioca, empresa que encontrou nos ingredientes tradicionais da Amazônia, como a mandioca e o cupuaçu, uma forma de fortalecer a agricultura familiar e de gerar impacto sustentável na região. A CEO da empresa, Joanna Martins, integrante do GT de Bioeconomia da Concertação e também uma das convidadas do encontro, argumentou que é preciso escutar mais a população da Amazônia, valorizar o que existe, incentivar o novo e calibrar as métricas de sucesso para a região.  

Chamada de negócios AMAZ

O encontro também tinha o objetivo de divulgar a chamada da aceleradora AMAZ para negócios impacto positivo, com inscrições abertas até 4 de maio. A ideia é atrair negócios que geram soluções para os principais problemas sociais e ambientais da Amazônia em setores como alimentação, moda, serviços ambientais, extrativismo, transporte, tecnologia, entre outros. Os selecionados vão participar de uma jornada de aceleração, com mentoria, apoio jurídico e investimentos de até R$ 600 mil. 

Coordenada pelo Idesam, a AMAZ conta com um fundo de financiamento híbrido (blended finance) de R$ 25 milhões para investimento.

Saiba mais sobre a chamada de negócios 2022 da AMAZ.

Assista à gravação da live.

Carmen Guerreiro

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