No dia 22 de agosto, a rede Conexão Povos da Floresta celebrou um importante marco ao alcançar mil comunidades indígenas, extrativistas e quilombolas conectadas em territórios protegidos da Amazônia Legal. A instalação da milésima antena se concretizou com a chegada de um kit de conexão com internet banda larga via satélite na comunidade Serafina, em Curralinho (PA), na Reserva Extrativista (Resex) Terra Grande-Pracuúba.
Esse feito deixa a rede mais perto do objetivo de levar internet em banda larga para um milhão de pessoas em 5 mil comunidades na região. Liderada pela Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), a iniciativa é fomentada pelo Instituto Arapyaú, ao lado de outras 30 organizações.
“São mil comunidades conectadas através da articulação em rede”, afirma João Victor Pelozio, analista de projetos do Arapyaú. Em julho, ele participou do I Encontro Anual Conexão Povos da Floresta, em Alter do Chão (PA), quando pôde visitar uma das comunidades beneficiadas pelo projeto. Lá, Pelozio conferiu pessoalmente como a conectividade melhorou o acesso à educação e aos serviços financeiros, entre outros direitos.
“Muitas dessas comunidades também estão sendo conectadas, pela primeira vez, a redes de energia e, graças a isso, podem acessar programas de inclusão digital. Para além da internet, a rede Conexão Povos da Floresta leva saúde, educação, proteção territorial e empreendedorismo para essas pessoas”, acrescenta.
Articulado em rede e financiado por capital da filantropia e do setor privado, o projeto é mais uma prova de que a união dessas forças com a sociedade civil pode ser um caminho para mobilizar políticas públicas. “Alcançar mil comunidades conectadas em 18 meses também é importante para mostrar para potenciais parceiros que eles podem somar nessa missão para que juntos cheguemos ao poder governamental”, diz Pelozio.