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setembro 4, 2025

Créditos de empoderamento feminino impulsionam negócios no sul da Bahia

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Nosso impacto

O que o Instituto Arapyaú está fazendo para impulsionar o desenvolvimento sustentável 
na Amazônia?

No Assentamento Ressurreição e em outros três assentamentos da reforma agrária, grupos femininos dão os primeiros passos para estruturar empreendimentos coletivos. Crédito: Lívia Barbosa/Tabôa

No Assentamento Ressurreição, em Ilhéus (BA), as mulheres se preparam para realizar o sonho de um empreendimento próprio: a produção e venda de polpas de frutas. Cleidineia Souza, uma das líderes locais, diz que o grupo já conta com o espaço físico pronto — parte essencial da estrutura para a implantação do negócio — enquanto realiza os orçamentos para equipamentos como freezer, balanças e máquina seladora. “A produção de polpas vai abrir novas possibilidades de renda para a comunidade”, diz ela. 

Os planos estão saindo do papel graças à venda de créditos de empoderamento feminino por meio do Padrão W+, metodologia desenvolvida pela Women Organizing for Change in Agriculture and Natural Resource Management (WOCAN). Esse modelo cria valor social por meio de seis indicadores: Poupança de tempo; Saúde; Educação e Conhecimento; Segurança alimentar; Renda e Ativos; e Liderança. Sophie Simmons, coordenadora W+ da ERA, explica que cada crédito representa uma melhoria de 10% na qualidade de vida de uma mulher. “Assim como no mercado de carbono, o custo pode variar dependendo da demanda. Nessa rodada piloto, no entanto, vendemos 2.424 créditos a US$20 cada”, detalha.

Além do Assentamento Ressurreição, outras três associações de mulheres de assentamentos da reforma agrária no sul da Bahia receberam R$13.750,00, cada, para investir em iniciativas coletivas de geração de renda. O projeto, que conta com o apoio do Instituto Arapyaú, é coordenado pela Tabôa Fortalecimento Comunitário, responsável pela mobilização das comunidades, pelas oficinas de capacitação e pela assistência técnica.

No Assentamento Nova Vitória, a líder Ailana Reis pesquisa preços de máquinas para desidratar as frutas, enquanto as demais mulheres preparam um mutirão para reformar o espaço físico onde o negócio será montado. Já os grupos do Assentamento Demétrio Costa, também em Ilhéus, e do Nova Vida, em Itacaré, optaram por investir na produção de mudas em viveiros. Ambos estão finalizando os orçamentos para a compra de materiais.

“O objetivo do projeto é apoiar essas mulheres a terem uma visão geral do negócio e identificarem, por exemplo, quais as fontes de receitas, recursos a serem utilizados, canais de vendas e atividade-chave”, explica Karine Araújo, coordenadora de crédito da Tabôa. “Agora, com o recurso liberado, elas estão se organizando para comprar os equipamentos e colocar os empreendimentos em funcionamento. O acompanhamento acontece via WhatsApp e em visitas em campo, quando necessário”.

“A negociação dos créditos de empoderamento feminino representam mais um passo importante para a concretização de impactos reais na vida das mulheres e da ampliação da renda das famílias no campo. Acreditamos na iniciativa e apoiamos ERA Brazil e Tabôa desde os primeiros passos da iniciativa”, afirma Vinicius Ahmar, diretor programático do Arapyaú.

Além de gerar novas oportunidades, os empreendimentos também deverão produzir novos créditos de empoderamento feminino, que poderão voltar ao mercado internacional do Padrão W+. Assim, o capital obtido tem potencial de ser reinvestido em um ciclo contínuo, multiplicando impactos sociais e econômicos para as comunidades locais. “A cada projeto que aumenta nosso conhecimento e nossa capacidade de gerar renda, chegamos mais perto dos nossos objetivos”, celebra Ailana Reis.

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