O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), a Impulso e o Instituto Arapyaú lançaram, em outubro, a “Agenda Saúde na Cidade” com o objetivo de contribuir para o debate eleitoral e melhorar o atendimento à população nos próximos 4 anos. Foram elaboradas dez propostas práticas voltadas à melhoria de processos, com recursos que as prefeituras já dispõem, e com foco na implementação de políticas de saúde para gestores e prefeitos. O documento nasceu a partir do diálogo com gestores e profissionais de saúde de todo o país e fez um amplo diagnóstico sobre os problemas, desafios e soluções possíveis no setor para apoiar a gestão municipal nas suas decisões.
Nosso objetivo é colocar em pauta as dez propostas criadas para a melhoria da saúde nos municípios, dialogando com as prioridades da população e a realidade do gestor municipal brasileiro, que enfrenta inúmeros desafios fiscais, políticos e administrativos. Nossa missão também é apoiar quem quer fazer acontecer, auxiliando os futuros prefeitos e gestores na organização de suas prioridades na política de saúde municipal”
Miguel Lago, diretor presidente do IEPS.
O material mapeia, por exemplo, as doenças que mais vitimam os brasileiros, os principais desafios da gestão pública e como responder a emergências, a exemplo do que ocorreu na pandemia da Covid-19. Há ainda diversos casos de sucesso em municípios brasileiros, em que a gestão pública atingiu bons resultados com o orçamento já disponível.
As propostas foram traçadas para serem implementadas na gestão municipal da saúde no quadriênio 2021-2024, e devem priorizar as áreas com mais vulnerabilidade, buscando assim um equilíbrio de competências.
Conheça as dez propostas da agenda Saúde na Cidade ou acesse www.saudenacidade.org.
Capaz de tratar cerca de 80% dos problemas de saúde da população. Ganha o sistema, que consegue atuar com maior eficiência, e ganha a população, com a redução do agravamento de doenças crônicas e outras condições.
As longas filas são o principal determinante de satisfação dos usuários do SUS, e podem ser resolvidas com um conjunto de práticas de gestão e melhora de processos, ampliando o acesso à saúde e o bem estar da população.
A evidência nos mostra que o Programa Saúde da Família funciona. Aumentar a cobertura da política é fundamental para garantir o acesso ao sistema em componentes estruturantes, como a saúde materna e infantil e o manejo das doenças crônicas.
Desenhar modelos contratuais ancorados na saúde da população.
Alinhar os serviços, medicamentos e práticas disponíveis no município com as expectativas da população sobre o sistema e equalizar a qualidade da assistência. O aumento do escopo de práticas da enfermagem amplia a produção de serviços de saúde.
Melhorar as práticas durante o ciclo da vida dos profissionais de saúde permite até seis vezes o aumento da produtividade do sistema.
Conjunto mínimo de dados com identificador único de usuário, melhorando a coleta, análise e tomada de decisão baseada em evidências, possibilitando uma cultura de aprendizagem em toda a gestão.
Reduz a transmissão de doenças infecciosas e garante que as políticas de assistência e promoção estejam ancoradas nos principais desafios de saúde da população.
Sendo o usuário do SUS seu mais importante avaliador, é preciso levar em conta sua perspectiva no diagnóstico de problemas e desenho de soluções para o sistema.
É preciso tratar a saúde e não a doença. A ênfase em medidas de promoção de saúde garante uma população mais saudável, com menos incidência de fatores de risco.
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