Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), um marco significativo foi oficializado: a Presidência da República assinou decreto que institui a Estratégia Nacional de Bioeconomia, que reúne diretrizes para promoção de produtos, processos e serviços que agregam recursos biológicos com novas tecnologias para elaboração de produtos e serviços mais sustentáveis. O objetivo é coordenar e implementar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento desse mercado, em articulação com a sociedade civil e o setor privado.
Por meio do UK Pact – programa que é carro-chefe do International Climate Finance (ICF) – formou-se um consórcio liderado pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), que conta com a participação do Instituto Arapyaú, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e da The Nature Conservancy Brasil. Esse grupo tem se dedicado a prestar apoio técnico à Secretaria de Bioeconomia, do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, responsável por executar as políticas públicas relacionadas à iniciativa.
A Estratégia Nacional de Bioeconomia promoverá a cooperação entre os estados, municípios, organizações da sociedade civil e entidades privadas para incentivar negócios que promovam o uso sustentável, a conservação e a valorização da biodiversidade, a descarbonização dos processos produtivos e incentivo aos sistemas e processos de processamento de biomassa sem conversão da vegetação nativa original, a promoção à bioindustrialização alinhada à Nova Indústria Brasil (NIB) e o estímulo à agricultura regenerativa, entre outros.
“O Brasil tem muito potencial para a bioeconomia, principalmente em termos ambientais e de inclusão social, com a participação de comunidades tradicionais na construção de modelos de negócio sustentáveis e de baixo carbono”, comenta Vinicius Ahmar, gerente de bioeconomia do Arapyaú.
Há mais de 10 anos, o Instituto aplica a bioeconomia na cadeia do cacau, formada, principalmente, por pequenos produtores e sistemas de conservação ambiental, no caso da Mata Atlântica, e aqueles que restauram a floresta, como é o caso da Amazônia. Hoje, o Arapyaú emprega uma visão mais biotecnológica, ou seja, de tecnologias que geram maior eficiência ambiental, e focada em biorrecursos – utilização equilibrada de recursos naturais para substituir matérias-primas fósseis, como explica Ahmar.
“Trabalhamos com modelos inclusivos e sustentáveis que promovam um futuro de baixo carbono, que entrem na linha de produção de cadeias de alimentos com uso de ativos naturais e pesquisamos, inclusive, o desenvolvimento de novos produtos que possam diferenciar o Brasil e, ao mesmo tempo, diversificar as rendas dos produtores que estão no dia a dia, conservando e restaurando nossas florestas e paisagens.”