Em junho de 2019, o Instituto Arapyaú iniciou um trabalho de implementação de soluções inovadoras em quatro municípios do Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, para promover melhorias no atendimento aos cidadãos e cidadãs. A sistematização do projeto “Fortalecendo Capacidades Institucionais em Municípios para Soluções Inovadoras” se transformou em um conteúdo para gestores interessados em implementar inovação na gestão pública municipal.
A sistematização do projeto foi realizada pelo Arapyaú com a Agência Tellus. Entre os materiais está o “Caminhos para Inovação”, uma metodologia desenvolvida a partir dessas experiências, voltada aos gestores interessados em implementar inovação na gestão pública municipal. O método se baseia em seis elementos principais:
Este documento reúne ferramentas, experiências e aprendizados vivenciados na prática pelos quatro municípios que participaram do projeto piloto e promoveram a inovação de maneiras diferentes em cada uma de suas gestões. Acreditamos que o conteúdo será de grande inspiração para que outros municípios busquem dar os primeiros passos para colocar a inovação em prática, fazendo com que se aproximem mais da população (entendendo melhor as causas de cada um dos problemas enfrentados) e testando soluções cocriadas também a partir dessa escuta. A ideia não é que o conteúdo seja um manual, uma “receita de bolo”, mas que apresente maneiras de fazer adaptáveis, de acordo com o contexto local de cada região”
Germano Guimarães, cofundador e diretor do Grupo Tellus.
Núcleo de Inovação e prioridades
Cada município do projeto piloto trilhou um caminho de acordo com as especificidades do contexto local, por isso tiveram resultados diferentes durante a sua execução.
Parte dos municípios optou pela criação de uma “Unidade de Inovação”, com o objetivo de institucionalizar o tema entre os servidores, garantindo espaço físico específico e uma equipe alocada para gerir essa nova frente do governo. Este é o caso de Aracaju (SE), que criou o Núcleo de Inovação, com um assessor especial para liderar esse processo. Focado inicialmente em projetos de soluções tecnológicas, o núcleo passou a ter um olhar mais sistêmico e foi estruturado em três frentes de atuação: Área de Governança e TI; Laboratório de Inovação; e Área de Dados. Já Caruaru (PE) optou por implementar um processo de inovação no dia a dia das suas secretarias, sem uma estrutura organizacional segregada.
O município de Blumenau (SC) já havia estruturado um Escritório de Projetos dentro da Secretaria de Gestão Governamental, por isso criou um Laboratório de Inovação para dar suporte a outras secretarias da cidade. O principal foco de atuação foi capacitar a equipe na solução de problemas complexos.
E Cachoeiro de Itapemirim (ES) preferiu trabalhar em uma Lei de Inovação Municipal, reforçando os aspectos jurídicos para garantir um ambiente propício à inovação (a lei está em tramitação).
Todas as cidades definiram, inicialmente, os principais desafios a serem superados na gestão e quais ações seriam realizadas para superá-los. As áreas de Educação e Saúde foram unânimes nas definições de prioridades.
Era esperado que os desafios para promover a inovação nos municípios fossem os mesmos enfrentados pela própria gestão municipal no seu dia a dia. Isso nos mostra que, cada vez mais, a inovação governamental tem que ser parte essencial da própria gestão pública, e não uma agenda à parte, que responde a questões específicas”
Marcelo Cabral, gerente do programa Cidades e Territórios.
Além do Caminhos para Inovação, estão disponíveis também os materiais Jornada do Programa, que conta a história do projeto piloto, e Reflexões & Recomendações, espaço para propor sugestões de melhorias para o programa.