O lançamento da 1ª fase do Plano de Recuperação Verde (PRV) aconteceu durante o 23° Fórum de Governadores da Amazônia Legal, em 16/7, e contou com a participação dos gestores de todos os estados que integram a região, além de entidades nacionais e internacionais, representantes diplomáticos, organizações da sociedade civil, empresas e comunidades locais. Neste diálogo intersetorial, representando a rede Uma Concertação pela Amazônia – formada por mais de 200 lideranças pela promoção do desenvolvimento sustentável da região –, estavam Francisco Gaetani, consultor do Instituto Arapyaú para Políticas Públicas, e Guilherme Leal, fundador do Arapyaú.
No contexto de pandemia, o PRV tem tanto o objetivo de curto prazo de propor uma retomada econômica para fora da crise, quanto o de longo prazo, que propõe que essa retomada seja sustentável. A economista Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, apresentou o Plano e explicou que ele combina a transição para uma economia verde com o combate às desigualdades, entendendo o papel central que a Amazônia e o combate ao desmatamento têm nesse processo no caso do Brasil.
O PRV, afirma a especialista, coloca o Estado como indutor das políticas, mas também entende que a articulação com o setor privado, academia e sociedade civil organizada é essencial.
Não se trata de um plano apenas para a região amazônica, é um plano que tem efeitos para tudo que a gente entende o que deve ser a exploração dos potenciais produtivos da economia brasileira no futuro.”
Laura Carvalho, economista e professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.
O PRV tem quatro objetivos: zerar o desmatamento ilegal até 2030; combater as desigualdades de renda, raça, gênero e de acesso a serviços e infraestrutura básica; gerar empregos na floresta, áreas rurais e centros urbanos; e transicionar para uma nova economia verde com maior sofisticação tecnológica e potencial exportador.
Para alcançar essas metas, o Plano prevê 43 projetos estaduais e 11 regionais, que somam 1,5 bilhão de reais, e são divididos em quatro eixos:
O PRV é uma forma de cooperação radical, sem a qual não vamos conseguir enfrentar os grandes problemas que afetam a humanidade, o planeta, a crise climática e os desafios tão complexos e diversos do nosso bioma amazônico. Nós da Concertação temos certeza de que somente com essa vontade política e boa ciência seremos capazes de construir uma realidade para a Amazônia e o Brasil.”
Guilherme Leal, integrante da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia
Durante o lançamento do evento, também foi realizada solenidade de assinatura e anúncio do projeto de reestruturação da governança do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, em parceria com Instituto Arapyaú, Instituto humanize, Instituto Clima e Sociedade e FUNBIO.
O projeto busca definir e institucionalizar uma estrutura administrativa e um modelo de governança que permita aos estados membros do Consórcio aumentar a capacidade de planejamento e resposta, além de fortalecer as políticas públicas em nível regional, alcançando, desta forma, a redução do desmatamento, e promovendo atividades produtivas mais sustentáveis na região.
Georgia Pessoa, diretora-executiva do Instituto humanize, Ana Toni, diretora-executiva do ICS, e Roberto Waack, presidente do Conselho do Instituto Arapyaú, participaram no evento virtualmente, representando as organizações envolvidas no projeto.
O evento aconteceu em Brasília, com transmissão online nos canais do Governo do Maranhão e do Consórcio Amazônia Legal no YouTube.
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