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setembro 4, 2025

Lideranças da Amazônia se reúnem em Manaus para integrar conectividade e políticas públicas

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na Amazônia?

Mais de 200 lideranças indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas se reuniram em Manaus para o 2º Encontro da Rede Conexão Povos da Floresta. Crédito: Acervo

Mais de 200 lideranças indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhas participaram, entre os dias 6 e 8 de agosto, do 2º Encontro da Rede Conexão Povos da Floresta, realizado em Manaus (AM). O objetivo do evento foi debater como a conectividade pode fortalecer políticas públicas em áreas como saúde, educação, proteção territorial e inclusão digital, ampliando direitos e autonomia para as populações da Amazônia Legal.

A Rede Conexão Povos da Floresta já beneficia diretamente mais de 1,8 mil comunidades com acesso à internet de qualidade e busca expandir sua atuação para mais de 8 mil territórios tradicionais. Liderada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), a iniciativa conta com mais de 50 organizações parceiras da sociedade civil, como o Instituto Arapyaú, além de instituições públicas e empresas.

Durante os três dias de programação, os participantes se dividiram em plenárias e grupos temáticos para discutir propostas de integração da conectividade às políticas públicas. Representantes de 15 órgãos governamentais, como Funai, Anatel, Ministério Público Federal, Ministério da Igualdade Racial e Ministério dos Povos Indígenas, participaram ativamente do processo de escuta e diálogo.

“Esse processo foi rico e produtivo. Agora é implementar, fortalecer e expandir a iniciativa dentro dos nossos territórios, porque sabemos a importância da conectividade para educação, saúde, empreendedorismo e visibilidade”, afirmou José Carlos Galiza, liderança quilombola da CONAQ.

“O encontro deste ano nos ajudou a pensar como a tecnologia da Rede Conexão Povos da Floresta pode facilitar a chegada das políticas públicas aos territórios, mas também de que forma as políticas públicas existentes podem permitir a maior escala da iniciativa”, acrescentou Débora Passos, diretora de estratégia e governança do Arapyaú. 

Alcebias Sabará, vice-coordenador da COIAB, destacou como a conectividade tem ajudado em uma das principais demandas dos povos originários: a proteção de seus territórios. “Os parentes necessitam muito dessa comunicação de uma maneira rápida. Nesse sentido, a conexão tem sido uma ferramenta importante que tem mostrado um bom resultado para o monitoramento territorial.”

A geração de renda, saúde de qualidade e inclusão social são outras prioridades das lideranças beneficiadas pelo projeto, como lembrou Dione Torquato, secretário-geral do CNS: “Acima de tudo, buscamos assegurar direitos para os povos da floresta, do campo e das águas.”

Nos dias anteriores ao encontro, foi realizado um treinamento para facilitadores das comunidades, reunindo cerca de 300 participantes, que receberam orientação sobre uso consciente e seguro da internet e sobre ferramentas de proteção territorial, além de acesso a um portal de telemedicina. Em apenas três dias, a iniciativa conseguiu ampliar o número de comunidades com esse serviço de saúde de 190 para mais de 400. “Hoje, somos uma rede robusta e engajada no propósito de conectar os povos da floresta, o que permite que a iniciativa avance com celeridade, ampliando o número de comunidades conectadas e desenhando novos caminhos para escalar programas e benefícios”, celebra Débora. 

Mais do que acesso à internet, a rede se consolida como um instrumento de resistência e de afirmação de direitos, contribuindo para que as populações tradicionais enfrentem os desafios atuais, incluindo as mudanças climáticas, com mais autonomia e fortalecimento de seus territórios.

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