A Coleção 1 do MapBiomas Mata Atlântica (2000-2019), lançada em abril, abrange uma área de 1.422.742 km² do bioma, que ocupa 8% da América do Sul. Deste total, 37% são cobertos por vegetação nativa. A plataforma pode ser acessada pelo site bosqueatlantico.mapbiomas.org. Esta é a série de mapas anuais de cobertura e uso da terra mais completa já elaborada para a Mata Atlântica. O MapBiomas Mata Atlântica Trinacional é uma iniciativa que envolve uma rede colaborativa de especialistas de Argentina (Instituto de Biología Subtropical de CONICET, Facultad de Agronomía de la UBA, Facultad de Ciencias Forestales, UNAM, Estación Experimental INTA Corrientes e ONG Fundación Vida Silvestre Argentina), do Brasil (ArcPlan e SOS Mata Atlântica) e do Paraguai (ONG WWF Paraguay).
Eles concluíram que o bioma teve perda líquida de vegetação nativa de 5% em 20 anos. Entre 2000 e 2019, essa área diminuiu de 554.632 km² para 527.492 km². O país que teve a maior perda proporcional de vegetação nativa foi o Paraguai, com 10.090 km² (19,2% da área existente em 2000), sobretudo devido à expansão das áreas agrícolas e de pastagem.
Na Argentina, a perda total de vegetação nativa foi de aproximadamente 2.106 km² (11% da área em 2000), caindo de 19.213 km² em 2000 para 17.107 km², principalmente por causa do crescimento da área de plantações florestais.
No Brasil, foi registrada perda de vegetação nativa de 14.943 km², de 482.772 km² para 467.829 km². Foi a menor queda percentual em relação à área total de 2000: 3,1%. Do total de perda de vegetação nativa, 67% correspondem a perda de cobertura florestal e 33% de vegetação nativa não florestal.
Em relação às atividades agropecuárias, a agricultura cresceu 67%, de 155.437,86 km² para 260.101,2 km². E a área de pastagem caiu 23%, de 471.871,64 km² para 362.827,31 km², o que indica uma intensificação do uso da terra e conversão de áreas de pastagem para agricultura. Outra atividade que cresceu muito foi a silvicultura, que mais que dobrou de área nas últimas duas décadas, passando de 20.928,24 km² para 48.230,09 km² entre 2000 e 2019.
O projeto utiliza imagens de satélite Landsat (30 x 30 metros de resolução) e computação em nuvem por meio da plataforma Google Earth Engine (GEE) para produzir mapas anuais de cobertura e uso da terra com alta tecnologia e baixo custo. A iniciativa faz parte da Rede MapBiomas, iniciada em 2015 pelo MapBiomas Brasil.
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