Notícias

Pesquisa da RAPS mostra descompasso entre discurso e ação sobre mudanças climáticas no Congresso

Prédio do Congresso é iluminado com homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente em junho de 2021. 94% dos congressistas entrevistados se dizem interessados pelo tema do meio ambiente, mas poucos priorizam a pauta. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Um novo estudo da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), parceira do Instituto Arapyaú, revelou este mês que, embora a maioria dos parlamentares brasileiros demonstre interesse em uma agenda climática, os congressistas parecem pouco convencidos sobre a urgência do tema. 

“A agenda do clima no Congresso Nacional: uma pesquisa sobre a percepção dos parlamentares brasileiros” foi conduzida com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e em parceria com o Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (Cepesp/FGV). Os resultados foram apresentados na Climate Week, evento que antecede os debates da COP26, a conferência mundial do clima, que será realizada em novembro, na Escócia. 

A pesquisa foi dividida em três partes. A primeira foi um questionário respondido por 17 senadores, 114 deputados federais e 28 assessores diretos, seguida pela análise de 1.472 discursos de parlamentares sobre temas relacionados à agenda do clima e de votações nominais de 530 deputados em cinco proposições legislativas. Por fim, houve a elaboração de três índices para mensurar as percepções dos congressistas.

Enquanto a pesquisa revelou que 94% dos parlamentares se consideram muito interessados ou interessados nos temas ambientais e na agenda do clima, o Índice Ambientalista dos Congressistas (IAC) – que vai de 0 a 1, sendo 1 o maior nível de preocupação – ficou em 0,64. O IAC é composto por duas dimensões, uma sobre a urgência climática e outra sobre os investimentos para fiscalização ambiental. 

“A pesquisa nos mostra que, a despeito de estarmos vivendo uma emergência climática, parte importante do Congresso Nacional está no que poderíamos chamar de letargia climática, alheia à gravidade da situação”, afirma Mônica Sodré, diretora executiva da RAPS.

Outros dados do estudo apontam para possíveis motivações para o comportamento dos congressistas. Segundo as informações obtidas pela pesquisa, os legisladores acreditam que apenas 7% de seus pares estão muito interessados na pauta climática. Mais importante ainda é a visão de que apenas 15% dos eleitores estão muito interessados na agenda ambiental, o que destoa fortemente de uma recente pesquisa da Universidade Yale, segundo a qual 80% dos brasileiros consultados disseram estar muito preocupados com o meio ambiente.
Acesse o material na íntegra AQUI.

Carmen Guerreiro

Recent Posts

Brasil reforça soluções baseadas na natureza nos debates do Fórum Econômico Mundial

Protagonismo do Brasil para liderar soluções climáticas foi destaque em Davos. Crédito: acervo. Colocar o…

3 semanas ago

Em 2025, restauração e sistemas alimentares ganham força na agenda do Arapyaú

Visão integrada ganha amplitude com a chegada da COP 30. Crédito: acervo. O Instituto Arapyaú…

3 semanas ago

Inteligência artificial pela sustentabilidade e bioeconomia na Amazônia são prioridades do grupo de fellows do Arapyaú

Para o grupo de fellows do Instituto Arapyaú, 2024 foi um ano de consolidação de…

3 semanas ago

A música que ajuda a manter as florestas e seus povos em pé

Produções mostram a ligação entre Amazônia e Mata Atlântica, dois territórios prioritários para a atuação…

3 semanas ago

Acompanhe o Arapyaú nas redes

Seja nosso seguidor e acompanhe todas as novidades; links abaixo. Crédito: divulgação. Com o objetivo…

3 semanas ago

Da Mata Atlântica à Amazônia e o lugar onde esses biomas se conectam

Filme foi dirigido por Mariane Claro e Igor Pimentel. Crédito: reprodução. Na imensidão da riqueza…

2 meses ago