Responsabilidade compartilhada: Festival LED discute consciência ambiental

Responsabilidade compartilhada: Festival LED discute consciência ambiental

Em tempos de emergência climática, a causa ambiental precisa se tornar uma responsabilidade compartilhada. Essa foi a mensagem central do debate sobre consciência ambiental do Festival LED – Luz na Educação, da Globo e da Fundação Roberto Marinho, que aconteceu em julho, em dois museus do Rio de Janeiro – com transmissão ao vivo no YouTube. 

A conversa entre a diretora do Instituto Arapyaú, Renata Piazzon, e Raull Santiago, empreendedor social, comunicador e CEO da Brecha – hub de favela, foi mediada pela atriz Leandra Leal, que classificou o assunto como “urgente e para já”. Discutiram principalmente como aumentar o engajamento da sociedade na pauta ambiental.

Renata apontou a necessidade de ações em rede para a busca de propostas para o desenvolvimento sustentável. Reforçou que problemas complexos, como os ambientais, exigem soluções pensadas no coletivo, que reúnam sociedade civil, iniciativa privada, governos e academia. Também destacou a centralidade da Amazônia na agenda: “A gente não existe no planeta, a gente coexiste. Sem a Amazônia não tem Acordo de Paris, não tem redução de 1,5ºC na temperatura global”. Assim como Leandra Leal, a diretora defendeu que é preciso um olhar mais amplo para a causa ambiental, que inclua as demandas sociais. 

Como exemplo de uma ação positiva em torno do voto e da educação — tema central do Festival —, Renata citou o programa “Escola de Mudadores”, que conta com o apoio do Instituto Arapyaú, e é uma plataforma de ensino a distância com o propósito de encorajar a participação cívica e a responsabilidade socioambiental, preparando os jovens brasileiros para exercer o seu direito ao voto em 2022.

Sobre educação e engajamento, o empreendedor social Raull Santiago, que atua principalmente no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, disse da necessidade de se popularizar e ampliar o acesso às discussões sobre a pauta ambiental. “O território periférico é muito potente na construção de soluções, mas ele ainda constrói a partir da ausência. É um saber que vem da sobrevivência”. 

Para trazer a voz indígena na discussão, o Festival exibiu na íntegra o discurso de Txai Suruí na abertura da COP26 (Conferência do Clima das Nações Unidas). Estava prevista a participação da ativista no evento, mas ela não pôde comparecer. “Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo”, disse a Txai em trecho do discurso. 

Assista ao debate Consciência ambiental: aprendizados ancestrais para um novo amanhã.