Rumo à Conferência do Clima da ONU, Uma Concertação pela Amazônia prepara uma visão de desenvolvimento para região

Rumo à Conferência do Clima da ONU, Uma Concertação pela Amazônia prepara uma visão de desenvolvimento para região
Pensar em caminhos de desenvolvimento para a Amazônia requer considerar suas diferentes vozes e diversidade regional

Às vésperas da Conferência do Clima de Glasgow, a COP26, a rede de lideranças de Uma Concertação pela Amazônia vem se dedicando a sistematizar, em um documento público, caminhos para o desenvolvimento da região, tão fundamental para a regulação do clima no planeta. A proposta dialoga com as metas globais de redução de emissões de gases do efeito estufa – a serem discutidas em novembro pelos 196 países signatários do Acordo do Clima de Paris. 

Em construção sob a articulação do Instituto Arapyaú, o material conecta diversas frentes de diagnóstico e de planejamento estratégico sobre a Amazônia que se estabeleceram ao longo dos últimos anos – e que foram amplamente discutidas durante as 13 plenárias que consolidaram o papel institucional da Concertação do ano passado para cá. 

A compreensão das “Quatro Amazônias” baseia a formulação do documento, atento à diversidade regional do território: há as áreas de floresta conservada, as áreas de transição (que considera áreas desmatadas, regeneradas, atividades de extração florestal, entre outros), as áreas convertidas (já desmatadas e antropizadas para uso agropecuário, por exemplo) e as cidades.

As principais proposições passam pela frente econômica, tendo em vista sistemas sustentáveis de produção; pela questão do financiamento da transição para uma economia baseada no baixo carbono; pelo ordenamento territorial e pela regularização fundiária, sobretudo de áreas públicas; pela promoção de ciência, da tecnologia e da inovação via pesquisa; e, ainda, por um problema crônico da região, a infraestrutura deficitária – de logística, transporte e de internet. 

“Nosso objetivo é qualificar o debate por meio da captura de propostas concretas, de ações que podem ser tomadas a qualquer momento”, explica Lívia Pagotto, gerente de Conhecimento do Instituto Arapyaú e secretária executiva interina da Concertação. “A ideia é que esse documento possa subsidiar os principais debates públicos sobre clima e desenvolvimento que teremos daqui para frente”, completa.Em paralelo à construção dessa visão pela Amazônia, a rede da Concertação continua se expandindo. Neste mês, foi criado mais um grupo de trabalho temático para compor a iniciativa, o GT Juventudes, que reúne lideranças jovens para discutir e propor vias de desenvolvimento da região a partir e para esses públicos. Ao todo, são oito GTs: Ordenamento territorial e regularização fundiária, Bioeconomia, Engajamento do setor privado, Monitoramento Político, Educação, Cultura, Narrativas e agora o de Juventudes.

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