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Seguro paramétrico é usado como exemplo de sucesso em webinar sobre seguro rural

Os convidados do webinar da esquerda para a direita: Ricardo Gomes, gerente do programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Arapyaú, Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa e coordenador da rede Embrapa do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, e Diogo Ornellas, coordenador geral de Grandes Riscos e Resseguros de Superintendência de Seguros Privados (Susep). Imagem: Reprodução

As mudanças climáticas decorrentes do superaquecimento do planeta já são uma amarga realidade na agricultura. Investir em tecnologias e pesquisa, mirando principalmente a previsibilidade de impactos na lavoura e no agronegócio como todo, parece ser uma das melhores alternativas para enfrentar o problema. Essa foi uma das conclusões de um grupo de representantes da agropecuária dos setores públicos e privados, e de organizações sem fins lucrativos, que se reuniram para discutir o aprimoramento dos seguros rurais, capazes de contribuir na redução dos crescentes riscos climáticos.

O webinar “O papel do seguro rural na gestão integrada de riscos agropecuários” contou com a presença do Arapyaú, trazendo para a discussão a experiência bem-sucedida do seguro paramétrico, inédito na produção de cacau no Brasil.

O ineditismo está na criação de uma ferramenta que usa o volume de chuvas e outros dados meteorológicos como indicadores de risco para o contrato entre seguradora e agricultores. O dinheiro do seguro é pago ao produtor rural caso aconteça um sinistro, como secas intensas ou grande volume de chuvas, mesmo que não ocorram danos físicos à lavoura. Ricardo Gomes, gerente do programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú, compartilhou os pontos centrais da experiência que foi testada entre agosto e novembro de 2021 em propriedades produtoras de cacau do sul da Bahia, que somam uma área de 150 hectares. 

Outro ponto-chave da operação é o financiamento do seguro. A apólice utiliza indicadores de sustentabilidade para financiar o pagamento do prêmio do seguro com crédito de carbono. A ferramenta estima a quantidade de carbono contida em uma propriedade rural e, em seguida, fomenta a venda desse crédito de carbono para empresas preocupadas em apagar sua pegada. “Conciliar produção no campo à sustentabilidade socioambiental é o que garante a permanência do homem no campo e a produção de alimentos. O seguro paramétrico financiado por estoque de carbono é um bom caminho”, enfatiza Ricardo.

Além de investimentos em tecnologia e pesquisa, o grupo também debateu sobre a necessidade de políticas públicas e aspectos legais que poderiam incentivar a contratação de seguros rurais pelos agentes. O evento online foi realizado pela Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura, com apoio da Agroicone, CPI/PUC-Rio e WWF Brasil, e contou com representantes da Secretaria de Política Agrícola do Ministro da Agricultura; da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Ivan Wedekin.

O webinar está disponível aqui.

Carmen Guerreiro

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