No dia 7/6, no auditório do TCU, em Brasília, aconteceu o lançamento do Mapbiomas Alertas. Com informações precisas, os alertas gerados pelo sistema podem ser usados pelos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção de áreas ambientais com mais eficácia e rapidez para coibir o desmatamento ilegal e diminuir a impunidade por crimes ao meio ambiente. Este tem sido um dos maiores projetos dentro do programa de Mudanças Climáticas, apoiado pelo Arapyaú. Estamos felizes por mais este importante avanço.
Em pouco mais de três meses, foram detectados no Brasil uma área de desmatamento que equivalente a duas vezes e meia tamanho da cidade de Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, um total de 89.741 hectares. Desse total, 95% do território desmatado não possui autorização registrada nos sistemas federal e estaduais de licenciamento, de acordo com o projeto MapBiomas Alerta. “Essa vasta extensão de vegetação nativa não foi autorizada e tem grande chances de ter ocorrido de forma ilegal”, observa Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas Alerta, sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento que abrange todos os biomas brasileiros, e que em apenas seis meses registrou 4.577 alertas.
A ferramenta lançada oficialmente em junho, em Brasília, está disponível via internet, de forma pública e gratuita, para subsidiar o monitoramento ambiental e as ações de prevenção e combate ao desmatamento ilegal. Com informações detalhadas e validadas, os alertas gerados pelo sistema podem ser usados pelos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção de áreas ambientais com mais eficácia e rapidez para coibir o desmatamento ilegal e diminuir a impunidade por crimes ao meio ambiente.
Por meio da ferramenta, é possível detectar que 40% dos alertas validados no primeiro trimestre de 2019 ocorreram em áreas que não poderiam ser desmatadas, caso de unidades de conservação, terras indígenas, áreas de preservação permanente, e de nascentes.
A maioria dos alertas ocorreu no Cerrado, com 53% do total, e na Amazônia, com 30%, que juntos representaram 2.989 alertas. Os números para Amazônia devem ainda crescer uma vez que a maior parte dos alertas ainda pendentes de completar o processo de validação e refinamento se encontram na região. Já os estados que mais desmataram foram o Mato Grosso, com 10,3% da área total, e o Pará, com 5,8%. “O que chama a atenção é que todos os estados tiveram registros de desmatamento durante o período analisado pelo MapBiomas Alerta”, observa Marcos Rosa coordenador da Equipe da Mata Atlântica e Pantanal no projeto.
Para cada Alerta validado a MapBiomas Alerta fornece imagens de alta resolução de antes e depois do desmatamento onde o alerta é delimitado de forma precisa, incluindo as datas das imagens. Para cada alerta é possível gerar on-line em poucos segundos um laudo completo com as imagens e o cruzamentos com áreas do Cadastro Ambiental Rural (CAR), Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), territórios indígenas, e outros limites geográficos (biomas, estados, bacias hidrográficas), os dados de autorizações de manejo e supressão de vegetação do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR/IBAMA), além do histórico recente (2012 a 2017) nos mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil do MapBiomas. Ou seja, é possível obter de forma rápida informações de desmatamento, seja a ação em uma propriedade particular ou em uma área protegida, e se foi autorizado.
O MapBiomas Alerta potencializa o uso e a eficácia dos alertas já gerados no país, portanto, não pode ser classificado como mais um sistema de monitoramento de desmatamento.
O sistema resulta de consultas com os órgãos governamentais usuários de sistemas de alertas de desmatamento – como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), IBAMA, Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas da União (TCU) – e com os provedores de alertas, como: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), Universidade de Maryland, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e o ISA (Instituto Socioambiental).
Os dados produzidos são públicos, gratuitos e podem ser acessados na plataforma: http://alerta.mapbiomas.org.
Mensalmente são coletados todos os alertas gerados no Brasil para os quatro principais sistemas detecção de desmatamento em operação no país: DETER/INPE (Amazônia e Cerrado), SAD/IMAZON (Amazônia), SIPAMSAR/Min. Da Defesa (Amazônia) e GLAD/Universidade de Maryland (demais biomas).
Os alertas são avaliados para excluir falsos positivos (ex. áreas de colheita de florestas plantadas) e encaminhadas para a classificação supervisionada de imagens com base nas imagens da constelação de satélites Planet de 3 m de resolução e frequência diária. O processo é feito na nuvem com uso de algoritmos de aprendizagem de máquina (machine learning) por meio da plataforma Google Earth Engine.
Para realizar a validação e o refinamento dos alertas as equipes de programadores, especialistas de sensoriamento remoto e especialistas em conservação e uso da terra são organizados em equipes para cada bioma e suporte de tecnologia e sistemas.
Os alertas podem ser visualizados em diferentes mapas base, como em imagens de satélite do Google Earth, mapa viário e mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil entre 1985 a 2017 do MapBiomas (Coleção 3.1).
O Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas) surgiu em 2015 com o objetivo de contribuir para o entendimento da dinâmica do uso do solo no Brasil e em outros países tropicais. Desde 2015, desenvolveu uma metodologia rápida, confiável e de baixo custo para gerar mapas anuais de cobertura e uso do solo do Brasil, a partir de 1985 até os dias atuais.
O MapBiomas é uma iniciativa do SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima) e é produzido por uma rede colaborativa de co-criadores formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia.
Coordenação nos Biomas:
Coordenação Temas Transversais:
Parceiros de Tecnologia:
Financiamento:
Parceiros Institucionais:
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